Prefeitos e vereadores de Cabedelo (PB) presos na 'Xeque-Mate' continuam recebendo salários

Custos chegam a R$ 100 mil por mês; operação foi deflagrada em abril pela Polícia Federal

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  • Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2018 às 09:11

- Atualizado há um ano

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Mesmo presos após operação Xeque-Mate, deflagrada em 3 abril pela Polícia Federal e Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o prefeito de de Cabedelo - região da Grande João Pessoa (PB) - e mais quatro vereadores continuam recebendo os salários. O valor na folha de pagamento da prefeitura da cidade é de pelo menos R$ 100 mil.

Só na Câmara, o salário de vereador é de R$ 8 mil, enquanto o de presidente é de R$ 12 mil. Com os afastamentos, esses valores são multiplicados pelo número de suplentes que assumiram os cargos de políticos presos.

A operação da PF foi deflagrada com o objetivo de desarticular um esquema de corrupção na administração pública da cidade.

De acordo com o G1, são nove suplentes de vereadores recebendo R$ 8 mil de salário. Outros nove presos ou afastados também continuam recebendo o salário de mesmo valor. Dois presidentes da Câmara, um preso e um substituto, recebem cada um R$ 12 mil. E dois prefeitos, o interino, Vítor Hugo, e o preso, Leto Viana, continuam recebendo R$ 19 mil.

São R$ 103 mil sacados dos cofres de Cabedelo para pagar o salário de todos os afastados. São R$ 84 mil do legislativo e R$ 19 mil do executivo. No total, a Câmara desembolsa por mês R$ 204 mil para os parlamentares em exercício e para os afastados.

Ainda conforme o site, o presidente da Câmara, Geusa Ribeiro, informou que para o impacto na folha não ser maior, alguns cargos foram extintos. “Economizamos R$ 177 mil. É legal perante a lei que eles recebam suas remunerações”, explicou.

MPPB denuncia 26 investigados

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou, nesta terça-feira (8), 26 pessoas investigadas pela Operação Xeque-mate, por integrarem uma organização criminosa, em Cabedelo, na Grande João Pessoa. Veja lista de denunciados na Operação Xeque-Mate.

Entre os denunciados estão o prefeito afastado de Cabedelo, Leto Viana; a primeira-dama e vereadora afastada, Jacqueline Monteiro França; o presidente da Câmara Municipal afastado, Lúcio José do Nascimento Araújo; o radialista Fabiano Gomes; o empresário Roberto Santiago; e o ex-prefeito da cidade, José Maria de Lucena Filho (Luceninha); além de vereadores e servidores municipais.

Segundo a denúncia, a organização criminosa surgiu a partir da compra do mandato do então prefeito Luceninha, devido a dívidas contraídas por ele na campanha eleitoral. Desde então, a organização passou a praticar diversos crimes, como desvio de recursos públicos através da indicação de servidores “fantasmas”; corrupção ativa e passiva; fraudes a licitações; lavagem de dinheiro; avaliações fraudulentas de imóveis públicos e recebimento de propina para aprovação ou rejeição de projetos legislativos.