Quartos minúsculos inspiram decoração de ambientes pequenos

Pousada na Ilha dos Frades mostra que é possível ter beleza mesmo com pouco espaço

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  • Daniel Silveira

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 13:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Renato Santana/CORREIO

Já pensou dormir em um quarto que tem apenas as dimensões de uma cama de casal? É assim na Eco Pousada Recanto da Lu, que fica na Ponta de Nossa Senhora, na Ilha dos Frades. Como ambientes muito pequenos podem ser bastante desconfortáveis, um time de profissionais de arquitetura e design se reuniu para repensar os 11 gazebos de madeira da pousada. “Era uma estrutura simples, que só tinha o colchão e um ventilador”, conta a arquiteta Julia Leal, do escritório LV Arquitetura e Interiores, responsável pela ambientação de um dos bangalôs. Ambiente de Alex Galetti para a pousada se inspira no mar (Foto: Renato Santana/CORREIO) Como transformar um espaço tão pequeno em um lugar confortável e agradável? Estava lançado o desafio para todos os envolvidos. “A primeira ideia foi como fazer mais com menos, dando uma sensação de mais amplitude”, continua a arquiteta.

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Julia conta que para garantir a impressão de que o espaço é maior do que realmente é, ela optou por uma paleta de cores com tons mais claros. “Preferimos usar cores sóbrias, como branco, bege e tons pastel”, diz. De acordo com ela, o uso de tons mais intensos pode “cansar” a visão, por isso a preferência pela leveza.  O concept designer Geo Roccha preferiu tons mais claros para ampliar o espaço (Foto: Renato Santana/CORREIO) A intensidade das cores fica por conta dos detalhes. No ambiente de Julia, a arquiteta deu preferência a usar azul, que aparece na colcha da cama, e verde, que está num quadro. Ambas remetem ao mar e à natureza. “Se enjoar dessas peças, fica mais fácil mudar o objeto de lugar ou trocar a cor”, defende. Essa foi a técnica utilizada também pelo arquiteto Alex Galetti, que utilizou as cores azul e branco. “Algo que remetesse a essa coisa do pescador, da casa de praia, bem ligado ao mar”, explica. Tons mais escuros ficaran para os detalhes no ambiente de Julia Leal (Foto: Renato Santana/CORREIO) Simplicidade Convidados por Angeluci Figueiredo, do restaurante Preta, que também fica na ilha, os arquitetos tiveram como principal mote usar materiais simples para criar espaços aconchegantes. O concept designer Geo Roccha, autor de um dos ambientes, conta que deu preferência a recursos mais em conta: “Usei um pallet para apoiar o colchão e evitar mofo, um cesto de fibra, velas, livros, alguns banquinhos pintados”. Mas nada volumoso ou que pudesse ocupar um espaço grande.  (Foto: Renato Santana/CORREIO) No caso do quartinho decorado por Alex, o arquiteto optou por  materiais mais baratos. “Comprei um cabide de madeira na Feira de São Joaquim para pendurar na parede, que ajuda como apoio, para a cortina. Usei nylon, um tecido que não é muito utilizado para isso”, lembra. Outra coisa que barateou os custos foi apostar em objetos feitos pelos próprios profissionais, como uma gambiarra, que Alex montou e dispôs como iluminação indireta, que também garante mais conforto aos ambientes.  (Foto: Renato Santana/CORREIO) Planejado No bangalô ambientado por Julia, a profissional resolveu o problema de espaço elevando a cama e usando a parte de baixo para guardar coisas como mala e peças de roupa. “Utilizamos gavetas embutidas, já que não tem como  colocar armários no local”, conta. De acordo com a arquiteta, o ideal para ambientes menores é lançar mão de móveis planejados. “Hoje em dia com os apartamentos cada vez menores, mandar fazer um móvel é uma saída”, diz. “Com marcenaria, você consegue detalhar uma peça e dar outras funções: uma cama pode ter gavetas, uma mesa pode virar prateleiras, um armário de cozinha pode trazer uma mesa embutida...”, exemplifica.  (Foto: Renato Santana/CORREIO) Alex também afirma que, além do planejamento, os móveis precisam ter um maior número de funcionalidades. “A vida moderna exige praticidade. Noto mais gente comprando máquinas de lavar com abertura frontal porque dá para passar bancada por cima”, lembra. 

O exemplo do arquiteto é comumente visto em apartamentos em que a área de serviço e cozinha se confundem. A mesma coisa acontece quando uma bancada é aproveitada como armário. A pousada conta com 11 bangalôs decorados (Foto: Renato Santana/CORREIO) Segundo Geo, quem tem pouco espaço em casa para móveis, mesmo os planejados, pode optar por recursos como prateleiras e nichos nas paredes. Julia concorda e completa: “Eles servem tanto para apoiar objetos de decoração quanto outros mais funcionais”. E podem aparecer em qualquer ambiente da casa. O único cuidado em pendurar coisas na parede é a hora de furar, lembrando de ficar longe de tubulação de energia, água e gás. Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: