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"A isso, soma-se a estética, o padrão da televisão", avaliou a cantora
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2022 às 17:00
A cantora Margareth Menezes falou um pouco sobre seus 35 anos de carreira em entrevista ao jornal O Globo. Um dos temas discutidos foi porque outras cantoras de axé, como Daniela Mercury e Ivete Sangalo, tiveram mais projeção que Margareth, que veio antes.
"São histórias de patamares diferentes e existem aí várias coisas dentro do mesmo pacote. Tem a questão racial, o racismo estrutural da nossa sociedade. A isso, soma-se a estética, o padrão da televisão. Nós, mulheres artistas negras, não tínhamos as mesmas oportunidades, aberturas, convites", respondeu a cantora.
Ela também destacou que tanto Daniela quanto Ivete participaram de blocos que tinham grandes estruturas. "Outro diferencial é que Daniela e Ivete, mulheres fantásticas e grandes talentos com contribuições enormes na cultura, tiveram a oportunidade de participar de blocos com estrutura, já com a logística arrumada, patrocinadores. Não tinham as mesmas preocupações que eu, que venho da música e de trio independente", acrescentou.
Apesar disso, Margareth disse que teve a "sagacidade" de conseguir seu espaço, mesmo diante de adversidades. "Fui uma artista inquieta, sempre gostei de fazer coisas diferentes e sobrevivi a uma situação brutal, fiquei oito anos sem gravadora. Mesmo assim, fiz uma carreira de destaque aqui e fora do Brasil. Continuei os projetos e pude atravessar o deserto", avaliou.
A cantora prepara a volta aos palcos de Salvador, com o Baile da Maga, que recebe no próximo dia 21, no Sollar Baía, Daniela Mercury.
Na entrevista, ela fala sobre o novo disco e turnê, da parceria com Carlinhos Brown da biografia que será escrita por Djamila Ribeiro, além de um documentário sobre sua trajetória profissional e de vida dirigido por Joelma Oliveira Gonzaga. Confira a entrevista na integra.