Reitor da UFSC é encontrado morto em shopping em Florianópolis

Afastado da universidade, Cancellier estava sendo investigado por desvios

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  • Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 12:56

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Luiz Carlos Cancellier, reitor afastado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (2) no Beiramar Shopping, em Florianópolis. No dia 14 de setembro, Cancellier e outras seis pessoas foram presas e liberadas no dia seguinte. O grupo é investigado na Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que apura desvio de recursos em cursos de Educação a Distância (EaD) oferecidos pelo programa Universidade Aberta no Brasil (UAB) na UFSC.

Em nota, a assessoria do shopping divulgou que um homem cometeu suicídio no vão central do centro comercial. A Polícia Militar e o Instituto Médico Legal (IML) confirmaram a identidade da vítima. 

A universidade afirmou que "pró-reitorias e secretarias da Administração Central paralisaram as atividades a partir das 11h, em função do trágico acontecimento". Estiveram no shopping nesta manhã familiares e amigos do reitor. Entre eles, a secretaria de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, e o ex-ministro do Trabalho, Manoel Dias.

No sábado (30), a 1ª Vara Federal de Florianópolis havia autorizado o reitor afastado a entrar no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) do campus da capital em 5 de outubro para participar de uma sessão pública. Ele estava afastado da instituição por determinação judicial.

Graduado, com mestrado e doutorado em Direito, Cancellier era suspeito de tentar interferir nas investigações internas feitas pelo corregedor-geral, Rodolfo Hickel do Prado. O corregedor diz ter sido ameaçado pelo reitor, ter o salário reduzido e ser pressionado a fornecer dados da investigação.

Também houve denúncias de uma professora e uma coordenadora do EaD (Educação a Distância) a respeito de tentativas de "abafar" as investigações. O reitor chegou a declarar que afastamento do cargo após operação da PF "é um exílio" e que prisão "foi traumática". Segundo Cancellier, não houve nenhuma "atitude que leve a obstrução de qualquer denúncia que tenha sido feita com relação à universidade”.

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