Relembre sete casos recentes de crimes motivados por racismo nos Estados Unidos

Morte de George Floyd é o mais recente; país tem histórico de agressões raciais

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  • Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2020 às 19:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Lorie Shaull/Divulgação

O dado mais recente do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, sobre crimes de ódio motivados por racismo no país, mostram um crescimento de 17% nesses delitos em 2017, em comparação a 2016. Naquele ano, foram registrados 7.115 crimes de ódio racial tendo como vítimas, em sua maioria, negros e judeus. A população negra, no entanto, lidera o ranking de vítimas. Em 2017, ainda segundo os dados do FBI, foram 2.013 crimes contra pessoas negras. Hispânicos e latinos, indígenas, asiáticos e árabes também entram na estatística dos crimes de ódio no país.

De 2017 para cá, diversos crimes de motivação racista ocorreram nos EUA e embora o FBI não tenha emitido outro relatório depois daquele ano, o noticiário internacional dá conta de diversos eventos. O mais recente é a morte de George Floyd, um homem negro que foi asfixiado até a morte, no dia 25 de maio, por um policial branco, Derek Chauvin, que além de demitido da polícia e preso, irá responder por homicídio em terceiro grau.

Com frequência, a polícia norte-americana se vê às voltas com agentes que assassinam pessoas negras. A própria abordagem policial contra negros no país é considerada de extrema violência. Os atos de protesto após essas mortes também não são um fenômeno recente. Nos anos 1950, a morte de um jovem negro por policiais ampliou o movimento por direitos civis dos afro-americanos. Desses movimentos é que saíram lideranças importantes para a luta dos negros dos EUA por respeito e cidadania, como Martin Luther King e Malcolm X.

O CORREIO lista alguns dos crimes de racismo da história recente dos EUA: Cinegrafista amador filmou espancamento (Foto: Reprodução) 1991: Rodney King O taxista negro Rodney King foi espancado por quatro policiais brancos durante uma blitz. No ano seguinte, 1992, um júri sem nenhum negro entre seus integrantes, absolveu os quatro policiais. Em 29 de abril de 1992, uma onda de protestos batizada de Los Angeles Riots, tomou conta de Los Angeles, na Califórnia, cidade onde ocorreu o crime. O espancamento de Rodney, que tinha 25 anos e foi golpeado 58 vezes pelos policiais, havia sido filmado por um cinegrafista amador e as imagens rodaram o mundo, gerando revolta. Protestos pela morte de Trayvon (Foto: David Shankbone/Divulgação) 2012: Trayvon Martin A hastag #vidasnegrasimportam (#blacklivesmater) nasceu de uma campanha iniciada nos EUA após o assassinato de Trayvon Martin, de apenas 17 anos, na Flórida. O adolescente foi morto em 26 de fevereiro de 2012, quando seguia para a casa do pai, em Stanford, uma cidade da Flórida. Ele foi atingido por tiros pelo vigilante George Zimmerman, que patrulhava uma rua quando encontrou o garoto, que estava desarmado. O vigilante alegou ter se enganado porque era uma noite chuva e, nas palavras dele , "recentemente a região havia registrado aumento de criminalidade". Segundo o jornal The Miami Herald publicou na ocasião, o vigilante teria dito à polícia: "Está chovendo. Ele fica caminhando, olhando para as casas. Esses vagabundos sempre conseguem fugir". A família de Martin contou em depoimento que o adolescente falava ao celular com a namorada quando foi assassinado por Zimmerman, que apesar de detido e interrogado, foi solto em seguida, sem que um inquérito fosse aberto. A morte de Martin desencadeou protestos em todo país e celebridades negras, como a cantora Beyoncé, foram algumas das que se engajaram na campanha #blacklivesmatters. Memorial para Michael Brown (Foto: Jamelle Bouie/Divulgação) 2014: Michael Brown Um policial branco matou um jovem negro de 18 anos chamado Michael Brown, em Ferguson, em Saint Louis, no estado do Missouri, em 9 de agosto de 2014. Uma série de protestos também teve início após esse crime e a polícia chegou a estabelecer toque de recolher na cidade e enviou tropas de choque para reprimir os atos. Em novembro do mesmo ano, nova onda de protestos teve início em Ferguson e se espalhou por todo o país porque o policial que matou Michael não foi indiciado. Protestos pela morte de Freddie Gray (Foto: Veggies/Divulgação) 2015: Freddie Gray O jovem negro de 25 anos foi morto enquanto estava sob custódia da polícia, em Baltimore, no estado de Maryland, no ano de 2015. Os protestos pela morte de Gray, iniciados ainda no sepultamento do rapaz, resultaram em 500 pessoas presas. Barack Obama participou de ato em homenagem ao pastor Clementa Pinckney em 2015 (Foto: Official White House) 2015: Massacre de Charleston Em 28 de junho de 2015, Dylann Roof, um jovem branco de 21 anos, promoveu um massacre na Igreja Metodista Episcopal Africana, na cidade de Charleston, na Carolina do Sul, mantando nove pessoas, inclusive o pastor Clementa Pinckney. Ato contra marcha da extrema-direita em Charlottesvile (Foto: Mark Dixon/Divulgação) 2017: Charlottesvile Grupos racistas e de extrema-direita e grupos antirracismo entraram em confronto na cidade de Charlottesville, no estado da Virgínia, em agosto de 2017, no dia da realização de uma marcha convocada pela extrema-direita. Dezenas de pessoas ficaram feridas e uma morreu após o carro de um supremacista branco atropelar uma multidão contrária a realização da marcha ‘Unir a Direita’, que havia sido convocada após o governo local anunciar que iria remover de área pública a estátua de um general pró-escravidão que lutou na Guerra Civil Americana.