Retirada de escombros é interrompida por risco de novos desabamentos na Soledade

No dia 24 de abril parte de um casarão desabou, matou três pessoas e deixou duas feridas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2017 às 20:47

- Atualizado há um ano

O trabalho de retirada dos escombros do casarão que desabou na Ladeira da Soledade foi interrompido nesta quinta-feira (11). O motivo é a fragilidade da estrutura que apresenta risco de novos desabamentos. No dia 24 de abril parte do casarão caiu sobre o imóvel que ficava ao lado matando três pessoas e deixando outras duas feridas. A retirada dos escombros começou ontem, por volta das 9h30, e o trânsito segue interditado na Ladeira da Soledade, no bairro da Liberdade. As vítimas do desabamento moravam na casa verde (Foto: Tailane Muniz/ CORREIO)Em nota, a prefeitura informou que a interrupção do serviço foi orientação da Defesa Civil de Salvador (Codesal) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para evitar novos acidentes. O município disse também que aguarda até que o Ipac decida como vai ser feita a estabilização das fachadas."Durante a retirada do material, os técnicos da Prefeitura identificaram que as estruturas apresentam perigo de queda. Todo o processo de remoção dos escombros estava sendo acompanhada pelo Ipac", diz o comunicado. 

Ainda segundo a prefeitura, a Escola Estadual Carneiro Ribeiro permanece interditada. O colégio funciona ao lado do casarão que desabou e recebeu uma notificação da Codesal por conta do risco de novos desabamentos. Trabalhador retira escombros do desabamento (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)Dono foi indiciado por homicídioProprietário do imóvel que desabou na Ladeira da Soledade, o artista plástico José Ivo da Costa Santos, 63 anos, foi indiciado pelo delegado Luiz Henrique Costa Ferreira, titular da 2ª Delegacia (Lapinha), pelo crime de desabamento culposo com resultado morte e lesão corporal. No dia 9 de maio, o inquérito foi enviado para o Ministério Público, e nele consta o laudo com o resultado da perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

O parecer diz que o dano no imóvel foi causado por falta de manutenção, agravado pelas fortes chuvas. De acordo com o delegado Luiz Henrique, a pena que o artista plástico poderá receber é equivalente à de um homicídio culposo, que vai de um a três anos para cada uma das mortes ocorridas, podendo chegar até a nove anos, sem contar as lesões corporais. Ivo, a depender do entendimento da justiça, poderá responder em liberdade.O delegado disse também que, além de Ivo, ouviu também moradores região e todos afirmaram que ele sempre se apresentou como o dono do imóvel. “O delegado apurou também que Ivo foi notificado várias vezes pelo poder público sobre as condições do imóvel e os riscos que o ameaçavam, mas não fez nada”, afirmou a polícia civil, em nota divulgada na época.