Salva-vidas morto após carro cair em buraco foi enterrado hoje

Sepultamento aconteceu no cemitério de Itapuã; acidente ocorreu em Lauro de Freitas

  • Foto do(a) author(a) Caio Issa
  • Caio Issa

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 20:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Arisson Marinho

O sepultamento do salva-vidas Genivaldo Sacramento Almeida, 56 anos, aconteceu na tarde desta sexta-feira (22), no cemitério municipal de Itapuã, em Salvador. Ele morreu após o carro em que estava cair em um buraco de obra em Lauro de Freitas, na Região Metropolina, na noite de quinta-feira (21). Com muita comoção e sentimento de revolta, familiares, amigos e colegas de trabalho lamentaram a perda de Almeida, como era chamado.

De cabeça baixa e lágrimas nos olhos, o irmão do salva-vidas, Luís Sérgio Almeida, 52 anos, disse que ele sempre foi querido por todos. "Era um homem de bem, uma pessoa que gostava das coisas corretas, mas infelizmente a incompetência dos órgãos públicos tirou a vida dele. Era uma besteira, a simplicidade de uma sinalização, pouca coisa, acabou tirando ele de nós. Minha mãe com 79 anos está sofrendo muito", lamentou.

Durante o sepultamento, a equipe da Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar), que trabalhava com Genivaldo, lamentou a perda e homenageou o colega com músicas e aplausos. "Já ouviu falar em coração de mãe? Ele era assim! É meu colega desde 1988, já fizemos mais de 89 salvamentos em um dia. Quando via alguém com fome, ele dava quentinha. Era meu parceiro e não negava socorro a ninguém", diz o salva-vidas Sandro Ribeiro Gonzalez, 47.

A comerciante Nádia Santos Brito, 49, era companheira dele. Estavam juntos há 5 anos e moravam em Itinga. Segundo ela, ele estava voltando pra casa depois de trabalhar na Praia de Ipitanga e pegou carona com a cunhada Márcia Santos Brito Laerte, de 32 anos, e o marido dela, Lenildo Laerte dos Santos, de 49 anos. "Eu estava trabalhando quando soube da notícia. Infelizmente, a negligência da falta de sinalização tirou ele de mim", lamentou.

Uma pessoa que não quis se identificar disse que passou no local do acidente em setembro e o buraco já estava aberto. "Eu tô muito envergonhada porque a Justiça não vai fazer nada, não vai ter nada, não vai acontecer nada, infelizmente não vão tomar nenhuma providência. Eles já estão tirando a culpa deles", diz.

"Todas as medidas estão sendo adotadas pelo serviço social e departamento jurídico da Gimma Engenharia Ltda (empresa executora da obra), para total atendimento e providências necessárias junto às vítimas e seus familiares. Vale salientar que a intervenção está devidamente sinalizada, seguindo todas as normas técnicas estabelecidas, inclusive com barreira protetora que foi rompida com o impacto do veículo. Mesmo assim, a empresa citada se compromete a adotar novas medidas para ampliar a segurança no local", afirmou a Conder, em nota.

De acordo com o delegado da 23ª delegacia de polícia de Lauro de Freitas, Joelson Reis, um inquérito policial foi instaurado e as investigações estão em andamento. Segundo ele, entre os processos que serão realizados, estão levantamento cadavérico, acompanhamento de resgate e busca de câmeras de vigilâncias.