‘Sexualidade é poder’, diz Deborah Colker

Coreógrafa carioca aborda o desejo em apresentação em cartaz no TCA, nesta quinta (25) e sexta-feira (26)

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  • Laura Fernades

Publicado em 25 de julho de 2019 às 05:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Companhia Deborah Colker/Divulgação

O homem amarra a mulher por escolha dela e provoca o espectador a refletir sobre a relação de dominação e submissão. “Sexualidade é poder”, garante a coreógrafa carioca Deborah Colker, 59 anos, sobre a cena de ‘Nó’, espetáculo criado em 2005 que volta a cartaz nesta quinta-feira (25) e sexta-feira (26), às 21h, no Teatro Castro Alves.

Marco na trajetória da Companhia de Dança Deborah Colker, a coreografia sofreu alterações, mas segue mostrando o corpo como lugar de desejo que erotiza quando dança. “A sexualidade é algo determinante na vida das pessoas. Normalmente vira um tabu, escondido, massacrado, cheio de preconceitos. Mas quanto mais revelador, mais interessante”, defende Deborah. (Foto: Companhia Deborah Colker/Divulgação) Com direção da coreógrafa e Flavio Colker, Nó tem figurino de Alexandre Herchcovitch e cenário de Gringo Cardia. A trilha sonora inclui músicas de Chet Baker (1929-1988), Moacir Santos (1926-2006) e Elizeth Cardoso (1920-1990), além de uma criação feita por Kassin e Berna Ceppas, um dos fundadores da Orquestra Imperial que fez trilha para o Cirque du Soleil.

No palco, 120 cordas criam uma espécie de árvore e, a partir da técnica da bandage – uso de cordas para controle da dor e do prazer –, os bailarinos se soltam aos poucos. “Nessa técnica, as relações de domínio são muito claras, são exercidas com consentimento e respeito. Quem domina, não é necessariamente mais forte. O controle da dor e do prazer são determinantes nessas relações”, explica Deborah.

Depois de um processo criativo “longo, intenso, dilacerante” no espetáculo Cão Sem Plumas (2017), que passou por Salvador, Deborah decidiu voltar ao Nó antes de dar início à próxima coreografia, chamada Cura.“Fiquei meio vazia, uma cratera. Aí a companhia estava fazendo 25 anos e achei importante refazer o ‘nó’ que veio de uma necessidade diferente de falar sobre a alma humana, a existência”, conta.Além de mostrar que o homem não é um animal reprodutor, mas um ser “pensador, transformador, evolutivo”, Deborah ressalta que a sexualidade é inteligente e não é só reprodução”.  “Confesso a você que não sei se tô me amarrando mais (risos), mas minha intuição diz que o desejo aprisiona, mas liberta. Amarra, mas solta”, resume. (Foto: Companhia Deborah Colker/Divulgação) Serviço

O quê: Companhia de Dança Deborah Colker apresenta o espetáculo NóOnde: Teatro Castro Alves (Campo Grande)Quando: Quinta-feira (25) e sexta-feira (26), às 21h (É proibida entrada após início do espetáculo)Ingresso: R$ 140 | R$ 70 (filas A a Z), R$ 75 | R$ 37,50 (filas Z1 a Z11)Vendas: TCA, SAC dos shoppings Barra e Bela Vista e Ingresso Rápido. Aceita Clube Correio (40%)