Terreiro de Jesus será revitalizado com projeto de Burle Marx

Local é uma das principais portas de entrada para o Centro Histórico

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  • Perla Ribeiro

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 04:15

- Atualizado há um ano

Todos os dias, o monitor de turismo do Centro Histórico Jocemar Cassemiro, mais conhecido como Juquinha, bate ponto no Terreiro de Jesus. É lá que ele encontra os turistas a quem vai apresentar a parte histórica da cidade. Quando está sem clientela, fica observando o vai e vem de pessoas por ali.

Ultimamente, o que tem visto é turista tropeçando nos buracos do calçadão de pedras portuguesas do largo. “Há dez minutos, presenciei um que quase caí”. Mas cenas como essa estão com os dias contados. O prefeito ACM Neto assina nos próximos dias a ordem de serviço para a revitalização do local.

Para a presidente da Fundação Mário Leal, Tânia Scofield, trata-se de um dos espaços mais importantes da cidade, por abrigar quatro igrejas seculares: Catedral Basílica, São Francisco, São Pedro e São Domingos, conjunto de casarões históricos e a primeira Faculdade de Medicina do Brasil. Além disso,  é uma das principais portas de entrada para o Centro Histórico. É por lá que passam os turistas que vão visitar a Igreja de São Francisco, considerada uma das mais ricas do Brasil, e também o Largo do Pelourinho. O projeto, de Burle Marx, prevê restauração do calçamento e da fonte (Foto: Divulgação/ Fundação Mário Leal Ferreira) “Não é uma obra complicada, mas requer uma mão de obra qualificada. Vamos recuperar também a fonte, que traz quatro mulheres representando quatro rios: São Francisco, Paraguaçu, Jequitinhonha e Pardo”, explica Tânia. Para a revitalização, foi recuperado um projeto do arquiteto Roberto Burle Marx, de 1952, com algumas adaptações. As obras, que devem começar em setembro, vão durar entre quatro e seis meses. Até ser concluída, o terreiro ficará fechado.

O mestre Jairo, do Grupo Capoeira de Rua do Terreiro, monta sua roda todos os dias no local. Já chegou a fazer uma mistura, ele mesmo, para tapar os buracos. Durante as obras, vai ter que arranjar outro lugar para jogar capoeira, mas ele sabe que a recompensa virá depois. Quem trabalha ou passa pelo local hoje se queixa dos buracos (Foto: Marina Silva)