Trecho de calçadão na orla da Pituba desaba e área é isolada

Ondas e marés altas podem ter provocado desmoronamento; ninguém se feriu

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  • Da Redação

Publicado em 27 de março de 2018 às 20:01

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Marina Silva/CORREIO

Foto: Marina Silva/CORREIO Um trecho do calçadão da Avenida Octávio Mangabeira, na orla da Pituba, desabou por volta das 6h desta terça-feira (27). Algumas pessoas estavam fazendo exercícios físicos com o uso de equipamentos perto do local da queda, próximo ao restaurante Ki-Mukeka, mas ninguém ficou ferido.

Uma equipe da Defesa Civil do Salvador (Codesal) esteve no local ainda pela manhã para isolar a área. O diretor do órgão, Sosthenes Macedo, afirmou que as áreas fora do isolamento, como gramado e ciclovia, estão seguras e podem continuar a ser usadas por pedestres e ciclistas.

"A priori, foi causado pelo avanço do mar. Fizemos o isolamento e agora a Sucop fará a avaliação", informou, por meio de nota.

A Superintendência de Obras Públicas (Sucop) enviou comunicado onde informa que já está entrando em contato com o projetista para fazer o plano de recuperação do trecho desabado.

"No momento estamos retirando os escombros, conter provisoriamente a erosão... Enquanto definimos o projeto executivo para imediatamente executarmos", explicou o superintendente do órgão, Orlando Cezar da Costa. Projeto para reconstrução de trecho será solicitado (Foto: Marina Silva/CORREIO) Ainda de acordo com o superintendente, a construção do trecho deve ser finalizada dentro de três meses."A gente só faz o omelete quebrando o ovo. Infelizmente, os pedestres vão ter que dividir a ciclovia com os ciclistas", comentou.O engenheiro Jorge Luis, 39 anos, estava utilizando os equipamentos para exercícios físicos que ficam na calçada, quando o desabamento aconteceu."Teve muita gente que saiu correndo. Teve um cara que pulou da balustrada pra praia. Eu vim agora filmar pra mostrar que eu tava na hora", contou, com bom humor.Prevenção O professor José Maria Landim, doutor em Geologia Marinha, explica que, basicamente, existem dois motivos que podem ter causado o desabamento desse trecho da calçada. "Se tiver ondas muito altas, elas podem bater no muro, ou então por conta das marés altas deste mês", esclareceu.De acordo com ele, é comum no mês de março a ocorrência de ondas e marés altas, chamadas de maré equinocial.

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Landim ainda explica que, mesmo tendo conhecimento que  março possui essas ondas e marés atípicas, o poder público deve levar em consideração as variações desses mesmos fenômenos, que não podem ser esperados.

"O problema todo dessa orla é que essa pista da Octávio Mangabeira foi construída, praticamente, em cima da praia. É preciso fazer um engordamento, reconstituir artificalmente uma área arenosa pra funcionar como uma região de proteção da avenida, pra ela poder absorver essas variações", analisa o professor.

Outra saída, menos eficiente e mais barata, seria apenas reforçar o muro. "Você pode construir algum tipo de quebra-mar, mas isso traria complicações estéticas e de circulação de água. O melhor seria reforçar o muro de uma forma que tenha condições suficientes pra resistir às ondas e marés", sustenta.

Novas medidas O superintendente da Sucop informou que nessa nova obra da calçada será feita uma contenção de alvenaria com pedras. Essa alvenaria será instalada em um nível de um metro abaixo do zero hidrográfico, como é chamado o nível mais baixo que uma maré pode chegar no ano.

"Depois do projeto pronto, a Sucop vai orçar a obra e passar para a empresa contratada executar", concluiu Orlando.