Vitória formula proposta para seguir com time no NBB

Clube quer captar patrocínios para o Universo/Vitória ao invés de pagar à faculdade, como prevê o contrato atual

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  • Vitor Villar

Publicado em 7 de maio de 2018 às 10:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Maurícia da Matta/EC Vitória

O Vitória tem uma proposta para manter o basquete rubro-negro, mas tem encontrado dificuldades para se reunir com a Universo e apresentá-la. Esta é a versão do clube, passada através de Eduardo Costa, conselheiro que tem servido como interlocutor da direção do Leão nas negociações com a faculdade.

Segundo ele, a proposta do Vitória é de financiar o basquete através de patrocínios e repasses do Governo Federal que o próprio rubro-negro buscaria. “A ideia dessa gestão sempre foi a do esporte olímpico ser mantido com verbas de terceiros. Poucos clubes têm condições de usar o dinheiro do futebol para pagar times em outros esportes. Só mesmo aqueles mais ungidos financeiramente pelas TVs, como Corinthians e Flamengo”, argumenta Eduardo Costa.

Pelo que foi apurado pelo CORREIO, a ideia da atual gestão é sugerir que o repasse atual, de R$ 35 mil mensais, seja mantido até que o próprio Vitória encontre maneiras do valor ser trocado pelas verbas oriundas de patrocínios e do governo.

Segundo Costa, a atual proposta seria mais justa que a do atual contrato, que expira em junho. No ano passado, o Vitória assinou acordo de um ano em que se comprometeu a pagar R$ 350 mil parcelados em dez vezes. Dois meses depois, deixou de cumpri-lo. Àquela altura, na reta final de 2017, o rubro-negro deixou de pagar não só a Universo, mas outros parceiros, a exemplo dos direitos de imagem dos atletas de futebol.

Perguntado se, ainda assim, os R$ 35 mil por mês não seriam pouco para um clube de futebol, Costa se esquivou: “Essa resposta quem pode te dar é a direção financeira. Não sei que tipo de impacto isso pode ter no orçamento do Vitória. A missão que me deram foi de buscar essas opções”.

Eduardo Costa é conselheiro do Vitória e foi escolhido pelo presidente Ricardo David para se tornar o diretor de esportes olímpicos do clube – por isso tem participado das negociações com a Universo. Ele, no entanto, ainda não foi empossado pelo Conselho Deliberativo.

E a reunião? Segundo Costa, o Vitória tem tido dificuldade desde o final da participação da equipe no NBB, em abril, para marcar uma reunião com a Universo: “Temos projetos aqui que a gente não teve nem a oportunidade de apresentar para eles”.

O conselheiro afirma que o clube só teve duas reuniões com a universidade até agora, ambas para tratar da dívida de R$ 280 mil acumulada desde a interrupção dos repasses. A primeira, em janeiro, propôs pagá-la em 24 meses, e foi rejeitada pela Universo. A segunda, em março, para quitá-la em um ano. “A resposta disso até hoje não chegou ao Vitória”, garantiu Costa.

A exemplo disso, o CORREIO apurou que haveria uma reunião no final de semana para tratar da renovação, mas ela foi adiada a pedido da Universo. Diretor-geral do campus de Salvador da faculdade, Sérgio Henrique Silva justificou: “Vamos fazer reunião para quê? Enquanto não houver uma posição da presidência da universidade em relação ao projeto, não vamos poder fazer nada”.

Segundo Silva, a Universo está neste momento avaliando como seguirá o projeto de basquete, como acontece ao final de todas as temporadas. E a não renovação com os atletas e com o técnico Régis Marrelli se dará pela falta de jogos até outubro, quando começa a próxima temporada do NBB. “É algo normal ao final de todo campeonato. A gente não pode ficar bancando um time sem partidas. Não adianta ficar nesse nervosismo, é uma avaliação que precisa ser muito criteriosa”, concluiu.