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Potência da periferia: Boca de Brasa fortalece diversas linguagens artísticas em toda Salvador

Fundação Gregório de Mattos, criadora do projeto, realizou visitas em três unidades durante comemorações do aniversário da capital baiana

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 28 de março de 2025 às 16:11

‘Rolé Boca de Brasa’ em celebração ao aniversário de 476 anos de Salvador
‘Rolé Boca de Brasa’ em celebração ao aniversário de 476 anos de Salvador Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Fundado em 1986, o projeto Boca de Brasa tem o objetivo de descentralizar o processo de criação, difusão, fomento e qualificação das atividades artístico-culturais de Salvador. O programa foi criado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), vinculada à Secretaria de Cultura (Secult). Para comemorar os 476 anos da capital baiana, a FGM organizou uma tour de imersão em três espaços culturais Boca de Brasa nesta sexta-feira (28), o ‘Rolé Boca de Brasa’.

Antes de apresentar os espaços incluídos na programação, é preciso entender como o programa funciona. Inicialmente, o Boca de Brasa nasceu como um projeto intinerante, levando apresentações artísticas a bairros periféricos. Chegou a ser suspenso em 2003 e só foi retomado em 2013, na gestão do então prefeito ACM Neto (União Brasil), sob a direção de Fernando Guerreiro. A partir de então, o programa ganhou nova roupagem.

Com Guerreiro, o programa continuou com o itinerário, uma semana em cada bairro, com uma mostra cultural realizada ao final, com o resultado de cada oficina. Sob a nova gestão, o programa foi ampliado e, hoje, é uma das ferramentas prioritárias de políticas públicas culturais da cidade. O primeiro espaço físico foi construído em 2018. De lá para cá, a prefeitura de Salvador construiu mais 10 unidades. A previsão é de que mais quatro sejam levantadas em 2025.

Agora, o Rolé Boca de Brasa. O evento teve início no Teatro Gregório de Mattos, na Praça Castro Alves, no Centro. Todos os espaços do programa foram apresentados em uma exposição, com a presença de Guerreiro, da secretária de Cultura e Turismo e vice- prefeita de Salvador Ana Paula Matos (PDT) e do diretor da FGM, Chico Assis. Em seguida, um grupo com jornalistas e formadores de opiniões entrou no ‘buzão’ e iniciou a tour.

‘Rolé Boca de Brasa’ por Arisson Marinho/CORREIO

A primeira parada aconteceu no Boca de Brasa de Cajazeiras, situado na Avenida Engenheiro Raymundo Carlos Nery. No local, a Juventude Ativista de Cajazeiras (JACA), que passou pelo processo de aceleração do Boca de Brasa.

Fundado em 2004, o grupo se dedica à mobilização da juventude de Cajazeiras sobre temas sociais por meio da cultura. Entre as atividades que o grupo realiza, está o 'Sarau JACA de Poesia', lançado em 2014, que já impactou mais de 5 mil pessoas e lançou cerca de 30 obras literárias de autores baianos. "O Boca de Brasa é um espaço que produz e multiplica arte. A gente constrói arte todo dia", diz um dos integrantes do coletivo, Rafa Batista.

O JACA tem 20 de história e conta, atualmente, com nove pessoas na coordenação. Rafa destacou que, por meio do Boca de Brasa, o grupo conseguiu desenvolver melhor editais. "O JACA é um espaço onde a juventude vai para sobreviver. É chegar na arte antes de chegar na bala. Às vezes, a bala chega ao nosso corpo antes da arte", afirmou.

O espaço Boca de Brasa de Cajazeiras funciona de terça a domingo, com horários que dependem das atrações que se apresentam no palco principal. Quanto às atividades, no momento, há disponibilidade para aulas gratuitas de balé e standup, uma vez por semana, para todas as idades. Em breve, o local oferecerá aulas de teatro. Para se inscrever, basta ir à unidade ou entrar no site da FGM. O processo de inscrição é o mesmk para todas as unidades. "O nosso forte é o stand up. Tem o stand up para criança e a galera que já é do público adulto", disse Jorge Galo, gestor do espaço.

Boca de Brasa CEU de Valéria

Em seguida, foi a vez do Boca de Brasa CEU de Valéria. A apresentação do local ficou por conta da Célula Hip Hop, composta por Filipe Hawkins, Mykael Lucas, Everest, Elder Gold e DJ ED Deus. Sob a liderança de Allan Jefferson, o coletivo de Valéria atua na cena do hip hop há mais de cinco anos, com o objetivo de fortalecer a expressão artística no bairro.

"A importância do Boca de Brasa para a célula é imensa pelo fato de dar oportunidade para pessoas como nós, que muitas vezes somos artistas independentes, tiramos tudo do nosso bolso, muitas vezes temos um sacrifício para poder cantar, para poder ter espaço, e o Boca de Brasa, ele dá esse espaço. Ele é, como diz o slogan, potência da periferia", destacou Filipe Hawkins.

Gestor da unidade há dois anos, Edvaldo Araújo, mais conhecido como Will, explica como as atividades funcionam no local. "A gente tem teatro, dança, música e zumba, além das atividades de formação, como cursos de iluminação, de sonorização e produção", explicou. O espaço funciona de terça a domingo, das 8h às 19h. Ao todo, a unidade tem cerca de 300 alunos. Em cinco anos, mais de 70 mil pessoas passaram pelo CEU de Valéria.

Subúrbio 360°

Localizado em Coutos, o Boca de Brasa do Subúrbio 360° foi o terceiro e último espaço visitado. No local, o Balé Jovem de Salvador foi responsável pelo espetáculo. Criado em 2007, o grupo, que é do território Centro/Brotas, é uma companhia de formação em dança com o propósito de promover a capacitação profissional al, contribuindo para inserção de jovens artistas locais no mundo do trabalho.

O Subúrbio 360° recebe 3 mil pessoas durante a semana e tem cerca de 1400 pessoas matriculadas em atividades com o dança afro, capoeira, canto, percussão, teatro, futsal, vôlei, entre outros.

Futuro

Atualmente, o Boca de Brasa possui 11 unidades espalhadas por Salvador. A previsão é terminar 2025 com 15, segundo Fernando Guerreiro. "O Boca de Brasa é intervenção artística, é movimento e, principalmente, a leitura de uma cidade periférica que precisa de atenção, que pulsa cultura e arte", disse. As novas quatro unidades devem ser inauguradas na Senzala do Barro Preto, no Centro de Preservação da Mata Atlântica, no Bonfim, no Mané Dendê, no Alto da Terezinnah e no Teatro Imeja, na Boca do Rio.

"Nos espaços Boca de Brasa, a gente reconhece a potência da periferia. gente leva essas diversas linguagens artísticas para as pessoas e consegue fazer uma maior integração desse talento de cada pessoa de Salvador", concluiu Ana Paula Matos.

O projeto Aniversário de Salvador é uma realização do jornal Correio, com patrocínio da Drogaria São Paulo, do Salvador Bahia Airport, apoio do Salvador Shopping e apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.

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