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Anão executado por traficantes em Coutos era acusado de mais de 20 mortes

Marcelo de Jesus Silva, 26 anos, conhecido como o anão Chucky, escreveu sua história no mundo do crime

  • D
  • Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 07:33

 - Atualizado há 2 anos

Leo Barsan|Redação CORREIO

Ele preferia tocar o terror a viver um conto de fadas. Marcelo de Jesus Silva, 26 anos, conhecido como o anão Chucky, escreveu sua história no mundo do crime. Apesar da altura de um metro e 28 centímetros, o Marcelinho - como também era chamado - só se envolvia em delito grande: grupo de extermínio, tráfico de drogas, assaltos. Mas, na madrugada de ontem, o enredo de vida dele terminou sem direito ao famoso “e viveu feliz para sempre”.

Perto da Lagoa da Paixão, em Fazenda Coutos, o corpo de Chucky foi encontrado pendurado de ponta-cabeça num contêiner de lixo. E, como se não bastasse, ele teve os braços decepados com facão e o rosto desfigurado por pauladas.

Chucky e comparsas em uma de suas prisões: grupo de extermínio

Em menos de 30 dias, este é o terceiro caso de morte em que a vítima tem partes do corpo arrancadas. No dia 19 de novembro, as adolescentes Janaína Cristina Brito Conceição, 16 anos, e Gabriela Alves Nunes, 13, foram assassinadas e decapitadas na comunidade de Nova Divineia, no IAPI.

A polícia suspeita que Chucky foi morto por traficantes da região identificados como Binha e Da Ruga, após ter praticado assaltos naquela área. “Roubou na área dos outros, o tráfico não perdoa”, enfatiza o investigador Eduardo Serra, da 8ª Delegacia (CIA-Simões Filho).

ApelidoA fisionomia semelhante a do boneco assassino das telas do cinema, segundo o investigador, não é o único motivo que deu a Marcelo o apelido de Chucky. “Ele tinha alma de serial killer e barbarizava em Pirajá e região”.

Dados da Delegacia de Homicídios (DH) dão conta que sobre as costas do anão pesam pelo menos 20 assassinatos, além de uma ficha criminal extensa com passagens por delegacias em Ilhéus e Mata de São João, Grupo Especial de Repressão a Crimes de Extermínio, o antigo Gerce, e Delegacia de Furtos e Roubos.

Ainda de acordo com a Delegacia de Homicídios, Chucky seria o braço direito do traficante João Teixeira Leal, o Jão, um dos maiores traficantes de Pirajá, Marechal Rondon e adjacências.

Em março de 2007, o grupo de extermínio de Jão, composto por sete homens, foi capturado pelo Gerce. A quadrilha teria cometido um triplo homicídio em Alto do Cabrito em 2006. As vítimas foram Junê Péricles dos Santos Santana, de 40 anos, Igor Leonardo Cruz da Silva, de 26 anos, e Joílson dos Santos Santana. Envolvidos com o tráfico de drogas, Junê, seu companheiro Igor e o filho dela, Joílson, foram mortos em via pública - crime presenciado por testemunhas da família, que deram à polícia as primeiras pistas sobre os autores.

Na comunidade Recanto da Lagoa, perto do local onde o corpo foi encontrado, os moradores estão assustados. Um deles afirmou que Chucky estava escondido por lá.

“Ficamos chocados com a cena do crime. Os caras devem ter tomado conhecimento de onde ele estava e vieram buscar. A gente nunca tinha  visto ele por aqui e só agora ficamos sabendo que era perigoso”, conta o rapaz, morador do local há quatro anos. Ele diz que a comunidade vive em clima pacífico. O corpo de Marcelo será enterrado hoje, às 10h, no Cemitério Municipal de Pirajá.

Histórias de como anão driblou políciaEra uma vez uma lenda: a história de Chucky contada por policiais. Para escapar da polícia, o anão já se escondeu na carcaça de um telefone público. Quando estava em ação, ele chegava a ser carregado nos ombros por um homem negro alto para acertar seus alvos com uma metralhadora. Durante abordagem policial num morro de Salvador, equipes divididas tentavam capturar um bandido terrorista. Por rádio, policiais se comunicavam sobre a operação quando veio o aviso de que o bandido havia descido o morro. Chucky driblou a polícia. Enquanto os agentes discutiam se o criminoso havia fugido, um deles disse: ‘Só passou um anão’. O outro respondeu: ‘O anão era o cara!’. Chucky já estava longe.