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Eduardo Dias
Publicado em 4 de outubro de 2019 às 16:01
- Atualizado há 2 anos
Quando o assunto envolve fé, religiosidade e turismo, Salvador se destaca com a diversidade de crenças e santuários para a visitação de turistas. Restando apenas nove dias para a cerimônia de canonização de Irmã Dulce, a prefeitura concluiu a segunda etapa da requalificação da Colina Sagrada, na Cidade Baixa, e entregou o Largo da Baixa do Bonfim, nesta sexta-feira (4). A expectativa é que as obras ajudem a estimular ainda mais o turismo religioso na capital.>
Debaixo de uma chuva fina, o pároco da Basílica de Nosso Senhor do Bonfim, padre Edson Menezes, celebrou uma missa aos fiéis em frente à igreja para comemorar o recebimento da nova Colina Sagrada. O prefeito ACM Neto esteve presente na cerimônia ao lado do secretário de Cultura e Turismo (Secult), Cláudio Tinoco.>
Após a missa, bastante emocionado, o prefeito explicou que o Caminho da Fé irá interligar, através da avenida Dendezeiro, o Santuário de Irmã Dulce com a Colina Sagrada e a Basílica do Bonfim. Para ele, a região se tornará um destino ainda mais importante da religiosidade e da fé dos baianos e turistas, principalmente com a canonização de Irmã Dulce. (Foto: Valter Pontes/Secom) “A gente espera entregar toda essa intervenção no início de janeiro de 2020, antes da lavagem da escadaria do Bonfim. Aqui há um aspecto da religiosidade e da fé, há também preocupação com o aspecto econômico, através da geração de emprego, e dinamização do turismo religioso, que faz parte da essência, história e cultura da cidade que tem essa vocação. Isso faz parte da nossa essência, da nossa cultura. Esse será mais um atrativo para o turismo religioso na cidade”, afirmou ACM Neto.>
O Caminho da Fé tem 1,1 quilômetro de extensão e fica entre dois pontos importantes para o turismo religioso, o Memorial Irmã Dulce, em Roma, e a Basílica do Senhor do Bonfim. Nele, a prefeitura investiu cerca de R$ 16,1 milhões em intervenções urbanísticas. As obras vão durar cerca de 12 meses. >
Tinoco concordou com o prefeito, afirmando que as intervenções no Caminho da Fé, juntamente com a canonização de Irmã Dulce, trazem para Salvador uma projeção internacional ainda maior.>
“Temos total convicção de que a todos esses acontecimentos vão aumentar o fluxo do turismo religioso na cidade. Só pela celebração que será em Roma pelo Papa, as pessoas vão colocar o olhar no Brasil, na Bahia e, principalmente, em Salvador. Isso é de um impacto ainda incalculável. É evidente que a partir do momento que a gente tenha esse símbolo efetivo, a gente tenha a possibilidade de trabalhar isso como um conteúdo turístico”, explicou o secretário.>
Intervenções O entorno da basílica foi redesenhado da parte baixa, até a integração aos arcos da Ladeira do Bonfim. No local foi implantado um novo cenário paisagístico, uma nova pavimentação e iluminação em LED. Além de construção de um palco para no centro da Praça Euzébio de Matos para a realização de eventos pela comunidade. >
O local também tem estacionamento público, com baias para ônibus e vagas para vans e motocicletas, além de rampas e escadarias reposicionadas, seguindo o conceito de acessibilidade universal.>
Beneficiários O tesoureiro Tomaz Gonçalves, que trabalha na Igreja do Bonfim há 33 anos e é o responsável pelas equipes que auxiliam os fiéis e turistas durante as visitações e missas, aprovou as mudanças, como a nova Capela de Velário e a Capela da Água Benta.>
“Toda essa requalificação é de suma importância para os fiéis e turistas que visitam a nossa basílica. Já é possível notarmos um aumento significativo no número de pessoas que visitam e participam das missas. Antes entregávamos umas 5 mil hóstias na igreja, agora estamos com quase 12 mil sendo entregues no dia a dia. É importante termos um santuário e um conjunto bonito assim”, contou.>
Devoto do Senhor do Bonfim, o aposentado José Carlos Ferreira, 65, sai do bairro de São Caetano, onde mora, duas vezes por semana para acompanhar as missas na igreja do Bonfim. Para ele, a melhora na no entorno da basílica é visível e atrai mais turistas e fiéis para a igreja.>
“Venho duas vezes na semana. Apesar de morar em outro bairro, não deixo de vir. Já dá para perceber a melhor que houve aqui. Muito mais gente visitando e participando. Isso é muito bom, ver as pessoas participando assim”, disse.>
Morador do Monte Serrat, o vendedor ambulante, Joseli da Silva, 45, utiliza a visitação da Igreja do Bonfim como forma de sustento. Ele, que trabalha com vendas de fitinhas do Senhor do Bonfim e artefatos de lembranças da Bahia, afirmou que com cada vez mais turistas no local, ele consegue ter uma renda maior no final do mês com suas vendas.>
“Estávamos precisando dessa revitalização. Eu vejo que ficou outra coisa, realmente. Eu conseguia tirar um dinheirinho bom, mas o movimento era um pouco fraco. Agora, com a praça bonita assim, mais pessoas começarão a visitar e a gente consegue lucrar mais com isso”, completou.>
Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro>