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Dom Murilo diz que espera sensibilidade do prefeito para proibir arrastão

Projeto foi aprovado na Câmara Municipal e aguarda sanção do prefeito

  • D
  • Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2019 às 13:39

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/ arquivo CORREIO

O arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, se manifestou nesta sexta-feira (4) a favor do projeto de lei que proíbe a realização de arrastão de trios na Quarta-feira de Cinzas, de autoria do vereador Henrique Carballal. O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal de Salvador, mas precisa ser sancionado pelo prefeito ACM Neto para entrar em vigor. Vários artistas se manifestaram contrário ao fim do arrastão.

Em comunicado, dom Murilo diz que aguarda a manifestação de sensibilidade do prefeito  para sancionar o projeto. Ele explica que, embora a proposta não tenha sido pleiteada pela Arquidiocese, ela foi comemorada. "Nos causou surpresa, reflexão e alegria, por cumpre-nos o dever de defender costumes e tradições praticados pelo nosso povo. Esse também foi o entendimento da maioria dos senhores vereadores que aprovou o mencionado projeto de lei".

No comunicado, Dom Murilo diz que, sendo o Brasil um Estado laico, pressupõe-se, por um lado, a não intervenção da Igreja no Estado e, por outro, o dever do Estado de garantir o efetivo respeito às crenças e costumes religiosos praticados por cada um. "Torna-se imperioso compreender que as leis que regulam os festejos populares, como são os do Carnaval, não podem estar alheios a esse contexto; sua ocorrência deve adequar-se, pois, às tradições e celebrações religiosas - o que não vêm acontecendo nos últimos anos", lamentou.

Ele defende que o Projeto de Lei nº 45/2016 deseja renovar a consciência de todos sobre o  valor das tradições religiosas, e pretende evitar  que o período da Quaresma seja desrespeitado, em flagrante prejuízo, especialmente da comunidade cristã católica. "Acreditamos que os demais segmentos religiosos também desejam que suas tradições sejam mantidas e preservadas", diz. 

"Nossa Arquidiocese vê no projeto de Lei agora aprovado, a oportunidade que a sociedade de Salvador, representada pela Câmara Municipal e por diversos outros organismos e entidades tem de restaurar na cidade o ambiente propício para a vivência das tradições do povo cristão católico, evitando qualquer forma de agressão ou desrespeito, seja durante a realização do Carnaval, seja em qualquer outra manifestação cultural".

O prefeito ACM Neto comentou o assunto novamente nesta manhã. "Eu entendo toda a questão religiosa. Os baianos sabem que eu sou um homem de muita fé, católico. Eu nunca escondi isso, apesar de ter uma convivência e um respeito muito próximo com todas as religiões", disse. Para ele, contudo, esse "elemento religioso" não deve ser levado em conta na sua decisão. "Com toda a compreensão que eu tenho as lideranças e comunidades religiosas, tem o direito legítimo de colocar isso em pauta, mas essa decisão vai levar em consideração outros elementos porque o Estado é laico e a prefeitura não pode ter uma religião e, sim, respeitar todas as religiões. Eu como católico me sinto muito à vontade de falar como prefeito para dizer que a minha decisão não pode ser influenciada nem mesmo pelas minhas crenças religiosas", afirmou.