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Os criminosos fazem parte do Ajeita, grupo que rompeu com o BDM, destaca a polícia
Bruno Wendel
Publicado em 27 de dezembro de 2019 às 13:38
- Atualizado há um ano
(Foto: Bruno Wendel/CORREIO) Com as mortes de três homens e a prisão de outros dois, a polícia acredita ter enfraquecido de um grupo criminoso que atua no bairro da Mata Escura. O confronto aconteceu na noite desta quinta-feira (26) entre policiais 48ª Companhia Independente (Sussuarana) da Polícia Militar e cerca de 10 homens armados do chamado bonde do Ajeita, que detém o controle do tráfico de drogas em parte do bairro.
Durante o confronto, três pessoas foram mortas e outros dois se entregaram e foram apresentados à imprensa, na manhã desta sexta-feira (27), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba.
Segundo o delegado Guilherme Machado, titular da Delegacia de Homicídios Central, todos envolvidos no episódio integram o grupo criminoso Ajeita, rival do bando de Jeferson Palmeira Soares Santos, o Jel, líder da facção Bonde do Maluco (BDM) na comunidade Paz e Vida, onde recentemente comandou a chacina de Mata Escura, que teve como vítima quatro motoristas de aplicativo. Jel acabou morto por outtros traficantes em represália à matança.
Também na manhã desta sexta, a polícia apresentou a travesti Benjamin Franco da Silva, a Amanda, envolvida na chacina, que resultou na morte de quatro motoristas de aplicativo.
Ainda de acordo com o delegado, o grupo divulgou vídeos exibindo armas pelo WhatsApp. “Eles espalhavam as imagens, ameaçavam e aterrorizavam os cidadãos de bem de Mata Escura. Em todas as situações, apareciam de rostos cobertos e usavam luvas para não deixar as impressões digitais nas armas”, contou o delegado.
O delegado informou ainda que o Ajeita era aliado do BDM. "Mas há cinco meses houve um racha. Não sabemos o motivo, ainda, mas isso resfletiu no número de homicídios que cresceu no bairro e nas regiãos adjacentes, como Santo Inácio", explicou.
O auto de resistência aconteceu na rua São Miguel, em Mata Escura, por volta das 23h. “Recebemos informações que haviam homens armados na localidade. Fomos recebidos a tiros, três foram baleados e socorridos para o Hospital Roberto Santos, mas não resistiram. Todos eles já são conhecidos da polícia”, explicou o comandante da Rondesp Central, major Wildon Teixeira dos Reis.
Com o grupo foram achados uma pistola calibre .40, uma pistola 45, uma 9 milímetros, dois revólveres, calibres 38 e 32, 82 munições para diversas armas, quatro carregadores, dois coletes balísticos, seis balas cravas, celular, carregador portátil, R$ 100, cocaína e maconha prontas para a comercialização e pasta base.
Alguns minutos antes do início da coletiva, parentes dos acusados presos estavam na recepção do DHPP. Eles confirmaram que todos eram envolvidos com o tráfico e que na hora que os policiais chegaram, eles faziam a segurança da boca-de-fumo. “Eles estavam em alerta por que foram informados que o BDM pretendia tomar o ponto deles”, contou um parente de um dos presos na ação policial.
Participaram também da coletiva de apresentação a delegada Gláucia Pires, da Delegacia de Homicídios Múltiplos, e o major Jaílton Carvalho, comandante da 48ª CIPM (Sussuarana).