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Rifeiro comprova transferências para jornalistas investigados no Golpe do Pix', diz polícia

Os jornalistas suspeitos do caso de fraude ainda serão ouvidos pelo delegado Charles Leão

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  • Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2023 às 13:57

 - Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Google

Um rifeiro apresentou diversos comprovantes de transferências bancárias tendo como beneficiados os jornalistas que figuram como suspeitos do caso do 'Golpe do Pix' da Record TV. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (12).

Leia mais: Pelo menos dois rifeiros são investigados por participação no ‘golpe do Pix da Record’

O inquérito policial instaurado na Delegacia de Repressão ao Estelionato e Outras Fraudes (DreofCyber), para apurar uma fraude que consistia em arrecadar doações para pessoas em estado de vulnerabilidade social, porém o valor não era repassado para as vítimas, está em andamento e as investigações, baseadas em provas testemunhais e documentais, avançaram. Cerca de 40 pessoas já foram ouvidas.

Conforme a nota da polícia, os jornalistas suspeitos ainda serão ouvidos pelo delegado Charles Leão. Laudos periciais dos celulares apreendidos e encaminhados ao DPT são aguardados. Até o momento, 15 pessoas são investigadas.

'R$70 mil na conta'

O repórter Marcelo Castro, um dos investigados pela Polícia Civil no 'Golpe do Pix da Record', afirmou que os R$ 70 mil enviados pelo jogador de futebol Talisca para a mãe da criança que estava doente caíram na conta da mulher. 

"O advogado de Talisca me ligou e perguntou onde eu botaria o dinheiro. Os 70 mil que ele botou caiu em 5 minutos na conta da mulher. A criança, no dia seguinte, morreu porque a médica do hospital não quis aplicar a injeção, parece", afirmou o jornalista em entrevista ao canal Sem Censura TV. A entrevista foi ao ar na noite desta quarta-feira (10).

Castro reafirmou que não tem nenhum tipo de envolvimento no caso. Ele disse ainda que está recebendo apoio da classe policial, e da noiva, mas afirmou ainda não ter prestado depoimento à Polícia Civil.

Questionado sobre a viagem que fazia a Dubai quando o caso veio a público, Marcelo Castro disse que ainda está pagando a passagem, que "dividiu em 10 vezes".

"A viagem estava programada com minha família para visitar meu irmão, que mora lá. Depois, minha noiva entrou na minha vida e comprou também a passagem. De repente lá recebi a mensagem que me acusaram de aplicar um golpe. A empresa falou 'Quando vc voltar de férias a gente conversa' e já fui procurar meus advogados".

Quanto à BMW que possui, alvo de críticas do apresentador Zé Eduardo, Castro disse que foi financiada em 48 vezes. "Dei entrada e estou pagando. Não é quitado", afirmou. Ele ainda atribuiu as acusações à "inveja" de colegas dentro da TV. "Eu vou retornar para a mídia, grandão, destemido e sem medo", finalizou.

Entenda o caso

Quando o caso de uma criança com câncer foi veiculado no Balanço Geral, o jogador Anderson Talisca se ofereceu para fazer uma doação de R$ 70 mil. Essa operação foi intermediada pelo repórter Márcio Martins, que detectou que o pix que a Record TV exibia era de um rifeiro, conforme explicou Zé Eduardo ao podcast Canal do Black.

"Márcio me ligou e disse que algo estava errado. Ele era fã de Marcelo, ficou bastante decepcionado", revelou Bocão. O jornalista contou ainda que chegou a ficar "dez dias sem dormir" durante o episódio. A criança com câncer, no entanto, recebeu a doação, pois Talisca transferiu a quantia diretamente para a conta da mãe.

O CORREIO procurou a Polícia Civil para saber atualizações sobre o caso e confirmar a informação passada pelo apresentador de que serão presos "os dois e mais 10", mas ainda não obteve resposta.

A polícia não revelou os nomes dos investigados, nem mesmo os dos dois jornalistas da Record que são os principais suspeitos pelo crime segundo a própria emissora. No entanto, em meio ao escândalo, o repórter Marcelo Castro e o editor-chefe do Balanço Geral, Jamerson Oliveira, foram demitidos por justa causa pela TV Itapoan.A defesa de ambos negou no início do mês que eles eram investigados.