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Portal Edicase
Publicado em 16 de agosto de 2024 às 10:36
Em 15 de agosto é celebrado o “Dia da Gestante”, dedicado a reconhecer e valorizar a maternidade. A data também é um lembrete sobre os cuidados necessários durante a gravidez, seja ela planejada ou inesperada, e as suas campanhas ressaltam hábitos que podem ajudar a lidar com esse período de intensas mudanças. >
“Tudo o que é feito durante a gestação proporciona que ela seja mais leve ou mais preocupante. Por isso, informação é essencial, já que permite a prevenção de complicações, levando a um processo mais saudável e tranquilo”, destaca Renata Lopes, ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz Star, da Rede D’or. >
A seguir, a médica elenca 12 práticas para uma gestação saudável. Confira! >
A missão de gerar uma nova vida começa ainda no período das tentativas. De acordo com a especialista, uma das consultas mais importantes é a pré-concepcional, aquela em que a mulher avisa seu médico que planeja engravidar. >
“Nesse momento, é muito importante que sejam realizados exames de rotina e outros específicos, de acordo com cada quadro clínico, para que o médico já promova saúde e as condições ideais para o desenvolvimento desse bebê”, afirma Renata Lopes. A especialista ainda menciona que é preciso, nesse período, “checar imunidade, tratar infecções silenciosas ou doenças pré-existentes, evitando complicações durante o processo gestacional”. >
A suplementação deve começar no processo de planejamento, conforme orientação médica, com ao menos três meses de antecedência das tentativas. “Para aqueles que não conseguiram planejar, a orientação é fazer a suplementação durante a gravidez, de forma mais rápida possível. Nunca é tarde para a informação salvar a gestação”, enfatiza a obstetra. >
Adotar hábitos saudáveis é essencial para ajudar a mãe a manter um peso ideal, auxiliando também na prevenção da pré-eclâmpsia, principal causa de morte materna, diabetes gestacional e outras doenças. Há ainda a preocupação com alimentos que apresentam maior risco para infecções congênitas, como a toxoplasmose, como saladas mal higienizadas ou gelo feito a partir de água não filtrada. >
Por isso, uma alimentação equilibrada , rica em frutas, legumes, proteínas magras e grãos integrais, combinada com hidratação adequada, é fundamental. Recomenda-se, também, a prática regular de exercícios, como musculação, caminhadas e yoga, para controlar o ganho de peso e melhorar o humor, preparando o corpo para o momento do parto. >
Ademais, o estresse causa um impacto significativo no binômio mãe-bebê, aumentando o risco de pré-eclâmpsia e prematuridade. Por isso, apoio psicológico é essencial para a gestante se sentir segura, além da adoção de medidas voltadas para bem-estar e relaxamento, como mudanças na rotina, espiritualidade, terapias e momentos de lazer. >
Um dos principais tópicos das consultas de pré-natal é a gestante saber o que ela pode e não pode fazer, já que existem muitos mitos em torno desse tema. Os principais pontos de atenção envolvem bebidas, alimentos, medicamentos e cosméticos, que podem conter substâncias prejudiciais ao desenvolvimento do bebê. >
“Dados mostram que 15% das grávidas ainda fazem uso de alguma quantidade de álcool durante a gestação. É importante destacar que a placenta não filtra o álcool e nenhuma quantidade é segura. Além dos exames, é importante repassar os pilares de estilo de vida e fazer ajustes. Na dúvida, consulte o seu médico”, orienta a especialista. >
O pré-natal é essencial para monitorar a saúde da mãe e do bebê. Consultas regulares com o obstetra permitem a detecção precoce de possíveis complicações para ambos, como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional. Além disso, proporcionam o acompanhamento do crescimento do bebê, evitando complicações tanto na gravidez quanto no parto. >
Realizar os exames recomendados pelo médico durante a gestação é crucial para acompanhar o desenvolvimento do bebê e a saúde da mãe, além de proporcionar tratamento precoce de eventuais doenças. Entre os exames essenciais, estão: ultrassom morfológico; ecocardiograma fetal; hemograma; teste de glicemia; e o “teste do cotonete”, que visa checar a presença da bactéria Streptococcus , evitando infecção neonatal. >
Cuidar da saúde mental e emocional é tão importante quanto cuidar da saúde física. “A gestação é um período de muitas mudanças emocionais. Praticar atividades relaxantes e manter um bom círculo de apoio podem fazer toda a diferença para o bem-estar da mãe e, por consequência, do bebê”, enfatiza Renata Lopes. Como já destacado, uma das principais complicações durante a gestação é a pré-eclâmpsia, relacionada com o aumento da pressão arterial. >
A grávida que dorme mal desregula a produção de cortisol e melatonina, o que aumenta a incidência de complicações. Há muitas medidas que podem ser tomadas para ajudar e melhorar a qualidade do sono , como criar um ambiente tranquilo, higiene do sono, posições confortáveis, entre outras. >
Manter as vacinas atualizadas é fundamental para proteger a saúde da mãe e do bebê. Recomendam-se especialmente alguns imunizantes como gripe, hepatite B e coqueluche, principalmente em momentos de surtos. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os principais imunizantes de forma gratuita, basta procurar uma unidade básica de saúde próxima ao seu domicílio. >
“As vacinas auxiliam na formação de anticorpos que serão passados para o bebê por meio da placenta, protegendo-o principalmente nos primeiros meses de vida”, explica Renata Lopes. Mas atenção: algumas vacinas não podem ser aplicadas durante a gestação; por tal razão, a fase de planejamento é tão importante. >
O processo gestacional e o pós-parto/puerpério são cercados por expectativas e desafios. Por isso, contar com o apoio de familiares e amigos também é importante para uma gestação tranquila. “Quando o bebê nasce, há uma mudança brusca na rotina. Tendo apoio para atividades secundárias, a mãe consegue se dedicar melhor aos cuidados com o bebê e se sentir menos sobrecarregada. Além disso, estar perto de quem se ama também é essencial para a saúde mental”, aconselha a obstetra. >
Saber as diferenças entre parto normal e cesárea, entender os prós e contras de cada tipo e avaliar as opções de analgesia são ações essenciais para esclarecer mitos e dissolver medos infundados. Nesse processo, a obstetra destaca a importância do plano de parto, documento em que a mulher repassa todos os itens junto ao médico, tirando dúvidas e definindo suas preferências para direcionar a equipe médica no dia do nascimento. >
“Com essas informações, a gestante vai muito mais segura para o momento do parto. Vale citar que 20% das mulheres em trabalho de parto evoluem para uma cesariana, mas, com informação, elas não se sentirão frustradas ou desrespeitadas, e sim mais seguras e confiantes na assistência prestada”, enfatiza a profissional. >
A escolha da maternidade é um passo fundamental para garantir uma experiência de parto segura e tranquila. A gestante deve visitar a maternidade previamente, conhecer as instalações e se informar sobre a equipe médica. >
“É importante checar questões de estrutura e acolhimento. Por exemplo, se a maternidade oferece uma boa infraestrutura e espaço físico, se possui equipe especializada e alinhada às melhores práticas, se está preparada para emergências e conta com suporte neonatal, se apoia a amamentação e respeita o plano de parto”, finaliza a ginecologista Renata Lopes. >
Por Samara Meni >