Autuada por homicídio, médica que atropelou professora é solta após fiança

Colisão com moto ocorreu na Pituba; advogado nega uso de celular ao volante

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  • Da Redação

Publicado em 15 de março de 2018 às 19:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Carol Aquino/CORREIO
Carro dirigido por Rute ficou com frente destruída por Foto: Fernanda Varela/CORREIO

Médica deixa delegacia da Pituba após prestar depoimento (Foto: Carol Aquino/CORREIO) A médica Rute Nunes Oliveira Queiróz, 49 anos, que dirigia o veículo envolvido no acidente que matou a professora de balé Geovanna Alves Lemos, 41, na tarde desta quinta-feira (15), na Avenida ACM, na Pituba, deixou a delegacia no início da noite após o pagamento de fiança. A Polícia Civil não divulgou a quantia estipulada.

Rute, que permaneceu no local do acidente, tentou prestar socorro e, em seguida, deu depoimento à delegada Maria Andrade, da 16ª Delegacia. Ela disse que não se recordava do que aconteceu na hora do acidente. A médica foi autuada em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Com a fiança paga, foi fazer os exames de corpo de delito e toxicológico e depois foi liberada. 

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O mototaxista Luciano da Silva Lopes, que conduzia a professora na garupa de sua motocicleta, sobreviveu à colisão e também prestou depoimento.

Segundo a delegada Maria Selma Lima, quatro testemunhas do acidente envolvendo um carro, modelo Kia Sportage e uma motocicleta Yamaha YBR125, já foram ouvidas. O boletim de ocorrência do caso informa que Rute conduzia o veículo em alta velocidade. Porém, testemunhas afirmaram que ela trafegava em velocidade compatível com a da Avenida, que é de 70 km/h.  Geovanna, 41 anos, morreu após moto em que estava ser atingida por carro dirigido por Rute (Foto: Reprodução) Além de Rute, o mototaxista também será submetido a exames periciais, no Departamento de Polícia Técnica (DPT), bem como os veículos envolvidos no acidente. 

A polícia vai realizar diligências nos próximos dias para identificar novas testemunhas do caso e ouví-las. Também serão solicitadas, mediante ofício, imagens de câmeras de segurança que possam ter gravado o momento do acidente. Com base nestas informações, nos laudos periciais e no exame médico legal, o inquérito deve apontar de quem foi a responsabilidade pelo ocorrido. O prazo para conclusão do documento é de 30 dias. 

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Sem celular O advogado dela, Diego Benevides, negou que ela estivesse usando o celular no momento do acidente, conforme uma testemunha do acidente chegou a afirmar no local. As testemunhas que deram depoimento nesta quinta confirmaram a versão da defesa e disseram que apenas a viram com o celular na mão quando ela desceu do carro. O aparelho ficou retido para perícia. 

"Foi uma fatalidade. A médica está consternada com a situação e se coloca à disposição da família (da vítima) para qualquer ajuda que se faça necessária. As situações serão apuradas, através de perícia, através do que for devido pela autoridade policial, e que posteriormente, após os resultados, nós entramos em contato com a imprensa", afirmou Benevides.

Segundo o boletim de ocorrência Geovanna teve ferimentos em várias partes da cabeça – apesar do uso do capacete –, além de lesões nas costas e nos pés. Já o mototaxista teve apenas escoriações leves nos braços e nas pernas. 

Entenda o caso A médica Rute Queiroz trafegava sentido Rio Vermelho pela Avenida Antônio Carlos Magalhães, no Itaigara, próximo ao Posto de Combustíveis Namorado. Na mesma avenida, num mototáxi não regularizado ia a professora de balé Geovanna Lemos na carona do motociclista Luciano Lopes. 

Na hora de fazer o retorno, o Sportage Kia conduzido por Rute colidiu com a motocicleta. A médica teria perdido o controle da direção e arrastado a moto até o canteiro e o veículo se chocou contra um bloco de concreto. Segundo testemunhas, ela teria ficado em choque e não conseguiu desligar o veículo ou responder a perguntas simples.