Cinco são mortos pela polícia em três dias no Complexo do Nordeste de Amaralina 

Desde terça-feira (19) ônibus estão sem circular na região

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  • Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 08:17

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alberto Maraux/Divulgação SSP

Em três dias, cinco pessoas, que, segundo a polícia, tinham envolvimento com o tráfico de drogas, foram mortas em confronto com forças policiais no Complexo do Nordeste de Amaralina, que engloba o Vale das Pedrinhas e Santa Cruz. Na madrugada desta quinta-feira (21), um homem, não identificado, foi ferido, chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas morreu. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), ele entrou em confronto com policiais. 

Junto com ele, outro suspeito de traficar drogas, chamado Vitor Santos da Silva Pires, foi preso na localidade do Areal (Nordeste de Amaralina). Com Vitor foi apreendida uma pistola calibre 9mm (armamento de uso restrito das Forças Armadas e Polícia Federal) e uma porção de maconha. Ainda de acordo com a SSP-BA, o suspeito estava com um ferimento de arma de fogo na perna, indicando que ele integrava o grupo que havia entrado em confronto com PMs na localidade de Sucupira, na tarde de quarta-feira (20).

Guarnições da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Choque iniciaram, na madrugada desta quinta-feira (21), a ocupação do bairro Nordeste de Amaralina, em ação conjunta com as Rondas Especiais (Rondesp) Atlântico. 

Desde a última terça-feira (19), já são oito presos e cinco mortos na região. Além disso, foi apreendido um adolescente. "Força máxima contra essas quadrilhas de tráfico de drogas. Na Bahia a polícia não recua. As ações ostensivas reforçadas continuam sem hora para acabar. Estamos em constante conversa com os rodoviários, mas o combate a grupos criminosos que tentam ditar regras será prioridade", informou, em nota, o comandante do Policiamento na Região Integrada de Segurança Pública (Risp) Atlântico, coronel Francisco Kerjean Sampaio Lopes.

Mortes e ônibus parados  As primeiras mortes em confronto foram de dois jovens de 18 anos mortos na terça-feira (19). Em menos de 12 horas, outro jovem, de 25 anos, foi morto no Nordeste de Amaralina. Na tarde de ontem (20) Marcelo Neris dos Santos foi morto na Santa Cruz. Em todas as situações, segundo a polícia, houve confronto. Por conta das últimas mortes, os ônibus não estão circulando no Vale das Pedrinhas e Santa Cruz. Os coletivos que passam pelo Vale fazem parada na entrada do bairro. Já os ônibus que passam pela Santa Cruz param na região do Parque da Cidade. Na manhã desta quinta-feira (21), o CORREIO localizou vários estabelecimentos comerciais fechados na região.

Com a violência na região, os ônibus deixaram de circular ontem na Santa Cruz e continuavam sem rodar também no Vale das Pedrinhas, onde foram mortos Mikael Militão dos Santos e Yan Patrick Queiroz, ambos de 18 anos. “Eu sabia que ele (Yan) ia acabar assim, e ele também sabia, porque eles (policiais militares) entram e matam mesmo”, disse o assistente de refrigeração Antônio Lázaro Assunção, pai de Yan, ontem ao CORREIO. No bairro da Santa Cruz, parte do comércio não abriu as portas nesta quinta (21) Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO Tráfico no Vale das Pedrinhas O delegado Deraldo Damasceno, titular da 28ª Delegacia (Nordeste de Amaralina), disse que os dois jovens mortos, na última terça-feira (19), faziam parte do grupo de Leandro Marques, segundo maior traficante do Serra Verde, localidade do Vale das Pedrinhas. Toda a região é controlada pela facção Comando da Paz (CP).   De acordo com Damasceno, o traficante Val Bandeira, preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura, é o principal chefe da área. Os traficantes identificados como Shakira e Pequeno atuam como primeiro e segundo homem, respectivamente. Já os suspeitos identificados como Ivo, Menca, Dimas e Bagaço fazem a segurança da localidade.

Os suspeitos Caique, conhecido como Loiro, Albiere, conhecido como Chucky, Anderson, conhecido como Peixinho, e outros dois, identificados apenas como  Lucas e Vitor, atuam no Centro Vale, que também é comandado por Val Bandeira.

AO CORREIO, o delegado ainda informou que a polícia tem dificuldade para entrar no Vale das Pedrinhas."O policiamento está sendo intensificado, mas a polícia encontra dificuldade em relação a topografia do terreno. Os bandidos usam como escudo mulheres, idosos e crianças".

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