Duas holdings no mesmo endereço foram usadas no esquema investigado na Operação Beton

Jairo Costa Júnior, com Luan Santos

Duas holdings situadas no mesmo endereço foram usadas no esquema de sonegação fiscal investigado na Operação Beton, deflagrada anteontem pelo Ministério Público do Estado (MP), Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) e Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil (Draco). Criadas em agosto e novembro de 2012, respectivamente, a Pyx e a RCS têm como sede uma sala no edifício Desembargador Lafayete Velloso, localizado na Rua Professor Rômulo Almeida, nº 52, Acupe de Brotas. No quadro de sócios cadastrados pelas holdings na Receita Federal, figuram dois empresários presos pela Beton: Otoniel Leal Andrade Junior e José Alberto Cardoso, que foi solto ontem. 

Em família A RCS possui ainda entre os donos um neto de José Alberto Cardoso. Como tem menos de 18 anos, ele é representado legalmente pelo pai, Raul Gois Cardoso, outro preso por suspeita de participar do esquema que lesou os cofres públicos do estado em pelo menos R$ 73 milhões, através de fraudes com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Proprietário da academia Well Prime, no Jardim de Alah, Raul é filho de José Alberto e também teve a liberdade concedida pela Justiça.

Mapa da ilegalidade Os principais alvos da Operação Beton aparecem ainda como sócios declarados ou ocultos de ao menos três empresas suspeitas de burlar o Fisco para escapar da cobrança de ICMS sobre materiais de construção. José Alberto Cardoso e Otoniel Leal Andrade Júnior são oficialmente donos da Marco Indústria e Comércio, que atua no ramo de argamassa e concreto. Outro empresário ligado à dupla, Janilson Gonçalves de Gois é proprietário da Base Locação de Equipamentos, Veículos, Geradores e Trios Elétricos, também implicada no esquema, além de sócio da holding RCS.

Ponto de ligação No radar da Beton, está ainda a Base Indústria e Comércio, registrada em nome de dois “laranjas”. Fabricante de materiais para a construção civil, a Base foi supostamente utilizada como fachada para as atividades da Concremassa, pivô da investigação contra o grupo de sonegadores. Em comum, as três empresas envolvidas no esquema estão instaladas em galpões da Estrada da Iasa, no bairro de Pirajá, e têm o mesmo contador das holdings RCS e Pyx: José Humberto Lira de Almeida, um dos três presos pela Polícia Civil durante a operação. Ao todo, segundo os investigadores da Beton, 15 pessoas jurídicas teriam servido para maquiar as fraudes tributárias com ICMS e esconder triangulações financeiras de origem ilícita.

Cota na mira A bancada de oposição na Assembleia Legislativa cogita acionar judicialmente o governador Rui Costa (PT) por improbidade administrativa, no rastro do polêmico patrocínio de R$ 700 mil destinado pela Bahiatursa à empresa Time for Fun, responsável pelo show de Paul McCartney em Salvador. O argumento é de que recursos públicos bancaram um evento privado, com ingressos vendidos de R$ 95 a R$ 750.  Caso a verba comprasse as duas mil entradas repassadas às Voluntárias Sociais e à Secretaria de Educação, cada uma sairia por R$ 350, quase o valor mínimo cobrado pelo acesso à área Premium."Agora é a hora. A UPB conta com a adesão de todos. Esse é um movimento dos municípios e tenho certeza que dará resultado", Eures Ribeiro, presidente da União dos Municípios da Bahia e prefeito de Bom Jesus da Lapa, sobre a paralisação das prefeituras do estado na próxima quinta-feira, em protesto contra a crise financeira nas cidades.Número mágico A eventual abertura de dez novas vagas de desembargador no Tribunal de Justiça da Bahia é a conta certa para promover um juiz querido no Palácio de Ondina. Ao mesmo tempo, garante espaço para ele no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em 2018.

Pílula Plano de voo  Candidato a vice-prefeito de Salvador na chapa do radialista Mário Kértesz em 2012, Nestor Neto (PMDB) vai concorrer à Câmara dos Deputados. Quer aproveitar o vácuo no partido.