Governo deve dar ok para venda de mina em Itagibá

Atlantic Nickel está sendo negociada por US$ 1 bilhão

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 25 de abril de 2024 às 05:00

Mina de Santa Rita, em Itagiba, é operada pela Atlantic Nickel Crédito: Divulgação

O caso do níquel

A venda da Atlantic Nickel, em Itagibá, ainda está indefinida, mas deve mesmo acontecer. Há quase um ano, a Appian, proprietária da empresa, anunciou a venda do ativo, junto com a Mineração Vale Verde, em Serrote, Alagoas. O valor anunciado para a operação, que envolve a mineração de produtos críticos para a transição energética, foi de US$ 1 bilhão. De acordo com o anúncio feito pela Appian, o controle deve passar para uma holding formada pela Glencore, Volkswagen e Stellantis – as duas últimas interessadas em verticalizar a produção de componentes para seus veículos elétricos. “A CBPM tem que avalizar a negociação, então isso para mim oficialmente não existe”, rechaçou Henrique Carbalhal, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), ao ser indagado sobre a operação na última sexta-feira (19), na posse da nova diretoria do Sindimiba, entidade que reúne as empresas de mineração no estado. Segundo ele, o negócio depende de autorização do governo do estado, proprietário da mina, para acontecer. “O que eles querem vender não são os equipamentos de produção, mas o direito de extrair o material, que é nosso”, explicou. Apesar da retórica, o caminho mais provável é que o governo e as empresas negociem alguma contrapartida e o estado autorize o negócio. Até porque o prejuízo de uma eventual paralisação da mina por conta do imbróglio teria impactos econômicos e sociais indesejados em Itagibá e região.

Lição aprendida

O que o caso do níquel trouxe para o governo do estado foi um aprendizado, diz o presidente da CBPM. Melhor do que receber royalties pela produção mineral em suas áreas de produção é entrar como sócio no negócio. Embora não seja legalmente possível alterar os contratos que já foram assinados, a companhia mineral vai alterar os próximos acordos neste sentido, garante Carbalhal. “A forma como a CBPM atuou nos últimos 50 anos não funciona mais. É por isso que estamos criando novas formas de atuação e de negócios”, diz ele.

O outro buchicho

Outro negócio no setor mineral baiano que é dado como certo nos bastidores é a compra de parte da Bamin pela Vale. Há quem diga que só falta mesmo o anúncio oficial e os termos do acordo, que serviria para desafogar o caixa da mineradora, além de viabilizar a implantação do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e do Porto Sul. Uma análise que é quase consenso nas conversas de pé de ouvido à respeito do assunto: o ideal era que o comprador fosse outro. “Não existe garantia de que concluir o porto e a ferrovia serão uma prioridade para a Vale. Outra coisa é o nosso minério de ferro, que poderá se tornar apenas parte do portfólio da Vale”, lamenta um interlocutor.

Pé no Sudeste

Após consolidar a sua posição no mercado imobiliário baiano, a Prima Empreendimentos anunciou os planos de expandir a atuação para o Sudeste. Segundo o CEO da Prima Empreendimentos, Rúben Escartín, a decisão de expandir os negócios para o eixo Rio-São Paulo foi tomada em novembro do ano passado. “Somos referência em Salvador e atingimos a capacidade máxima aqui para o crescimento que queremos no Brasil. Temos um padrão de qualidade internacional e investimos cerca de 8% no valor da obra para implementar tecnologia sustentável e na qualidade dos materiais de construção. Temos a excelência necessária para competir”, acredita. Em São Paulo, a Prima planeja atuar em duas frentes de negócios: incorporação imobiliária com foco em empreendimentos residenciais de luxo e no modelo “built to rent”, com foco em imóveis para locação residencial e comercial. A expectativa é alcançar na primeira fase de investimentos um VGV da ordem de R$ 1 bilhão até 2025.

John Deere apresentou planos de investimentos no Brasil durante a M&T Expo Crédito: Divulgação

Novo ponto

Presente na Bahia em Salvador, Feira de Santana e Luís Eduardo Magalhães, através da concessionária Veneza, a John Deere está prestes a se instalar no Extremo Sul do estado. A empresa ainda não definiu o local exato, mas a ideia é aproveitar o potencial da atividade florestal e atender a demanda por equipamentos de preparo do solo para a agricultura. “A Bahia tem um potencial enorme tanto para a agricultura, quanto para a mineração e a construção civil e nós queremos estar cada vez mais próximos disto”, destacou o gerente de vendas da John Deere, Thomas Spana, nesta quarta-feira (24), durante a M&T Expo, em São Paulo.