'Ela nunca se separou por causa das ameaças', diz irmã de ambulantes atacadas

Nelson, que se matou na Estação Mussurunga, também ameaçava familiares por vingança

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  • Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2017 às 12:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro/Veiga/CORREIO

Irmã de Jacineide Alves Lima, 42 anos, morta na manhã de quinta-feira (12), na Estação de Mussurunga, a ambulante Eleni Alves Lima, está se sentindo culpada pela tragédia, segundo informações de familiares. "Ela está se sentindo muito culpada, dizendo que ela [Eleni] que deveria ter morrido. E acho que ela nunca se separou dele por causa das ameaças", disse a comerciante Elenice Alves Lima, 53, ao CORREIO, se referindo ao relacionamento da irmã Eleni com o também ambulante Nelson Messias dos Santos, 48.

Separado há um mês e meio de Eleni, Nelson foi até a Estação Mussurunga na manhã de ontem, atacou a ex-cunhada a facadas. Na tentativa de detê-lo, o ambulante José Geraldo Nunes Leite, 52, e o segurança Euclides Oliveira, 47, também foram feridos. Depois, Nelson se matou com facadas no pescoço. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o estado de saúde de Euclides é considerado grave e José Geraldo tem quadro estável. Ataque aconteceu na Estação Mussurunga (Foto: Evandro/Veiga/CORREIO) O corpo de Jacineide foi liberado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) na manhã desta sexta-feira (13) e levado para Feira de Santana. O enterro está previsto para ocorrer a partir do meio-dia, no Cemitério Jardim Celestial. Um ônibus saiu de Salvador, por volta das 11h, levando cerca de 30 ambulantes que atuam no terminal para se despedirem da amiga.

Elenice contou ainda que todas as quatro irmãs de Eleni eram contra o relacionamento dela com Nelson, por conta do comportamento violento dele - o ambulante a agredia constantemente. "Ele já tinha ameaçado matar alguém da família, inclusive já me ligou várias vezes e também esperou meu sobrinho (filho de Jacineide), na porta da escola, para ameçar. Não entendo por que ele foi solto", ressaltou Elenice, se referindo a audiência de custódia em que Nelson foi liberado quatro dias após ter sido sido preso no dia 15 de setembro. Ele havia sido detido por lesão corporal.

Por conta do comportamento violento de Nelson, a família estava sempre atenta. "Quando ele saiu da cadeia, a gente ficou imaginando que ele estava aprontando alguma coisa, porque ele estava muito quieto. Eleni é uma pessoa pacífica, as outras irmãs é que tinham que se meter", disse.

As outras duas vítimas da tragédia, o ambulante Euclides Oliveira, de 47 anos, e o fiscal José Geraldo Nunes Leite, 52, foram atendidos no HGE e não correm perigo. Segundo amigos, José Geraldo já recebeu alta do hospital e passa bem. Familiares de Euclides Oliveira informaram ao CORREIO na tarde desta sexta-feira (13) que após passar por procedimentos médicos o ambulante passa bem e que continua internado, sem previsão de alta.