CACHOEIRA

Corpo da cafetina Cabeluda é velado na Câmara Municipal

Ela morreu na segunda-feira (6), aos 80 anos

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Publicado em 7 de maio de 2024 às 12:11

Renildes Alcântara dos Santos era conhecida como Dona Cabeluda
Renildes Alcântara dos Santos era conhecida como Dona Cabeluda Crédito: Divulgação / Flávia Azevedo

O corpo da cafetina mais famosa de todo o Recôncavo da Bahia, Renildes Alcântara dos Santos, conhecida como Dona Cabeluda, está sendo velado na Câmara Municipal da cidade de Cachoeira. Cabeluda morreu na segunda-feira (6), aos 80 anos.

Ela era proprietária de um tradicional brega na cidade e morreu no hospital regional do município. O enterro será às 15h, no Cemitério Municipal de Cachoeira. O cortejo sairá da Câmara acompanhado de um carro de som que tocará músicas que fizeram parte da sua história.

Familiares da cafetina se mobilizaram para prestar a última homenagem. Suas três irmãs, que há 40 anos não a encontravam, foram de Itabuna para o Recôncavo, assim como um sobrinho. Suas duas filhas, que moram em São Paulo, no entanto, não conseguiram chegar.  

A biógrafa de Cabelua, Gleysa Teixeira, autora do livro "Uma História de 'Cabeluda' - Mulher, Mãe e Cafetina" conta que a morte dessa grande personagem do Recôncavo vai deixar uma saudade muito grande.

"É toda uma sensação de vazio que eu sinto nesse momento. Está sendo muito difícil para mim e para a família", descreveu Gleysa, que conheceu Cabeluda em 2009, quando iniciou a sua pesquisa que culminou na publicação do livro.

A obra, lançada em 2022, está entre as publicações mais vendidas relacionadas à Cachoeira. "Fico muito satisfeita em ter publicado esse livro quando ela ainda estava viva. Porque geralmente as pessoas gostam de homenagear os outros depois de morrem".

Na última edição da Bienal do Livro Bahia, a autora pôde compartilhar com o público um pouco da trajetória dessa figura. "Tinha alegria em propagar a história dela. As pessoas me perguntavam: 'ela está viva?' E eu respondia: 'está vivíssima'", relembrou emocionada. 

Gleysa conta que que Cabeluda é muito querida na cidade e muitas pessoas que frequentam a sua casa não vão lá, necessariamente, em busca de sexo. "São pessoas de diferentes classes sociais, diversos lugares que passavam lá para beber e e para vê-la".