Em grande fase no Bahia, Mendoza confessa: 'Eu era mais rápido'

Autor de quatro gols nos últimos três jogos, colombiano falou sobre sua velocidade incomum. Leia a entrevista completa

  • Foto do(a) author(a) Bruno Queiroz
  • Bruno Queiroz

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 10:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva / CORREIO

Foi difícil segurá-lo, mas nós conseguimos. Artilheiro do Bahia na Série A ao lado de Rodrigão com quatro gols, o colombiano Stiven Mendoza, 25 anos, bateu um rápido papo com o CORREIO, no qual contou um pouco do início da carreira, de como é viver na Bahia e, acredite, disse que já foi mais veloz. A seguir, leia a entrevista exclusiva com o atacante:  

Como foi seu começo no futebol? Sempre sonhou em ser jogador ou chegou a se arriscar em outro esporte? Atletismo?

Sempre desde os 7 anos meu sonho era ser jogador de futebol. Trabalhei muito forte, tive pessoas que me ajudaram no começo pelas dificuldades econômicas que nós tínhamos. Minha mãe lutou para caralho, desculpe a palavra. Lutou muito para me ajudar naquilo que ela podia, mas sempre pensei em jogar futebol. Comecei na minha cidade mesmo (Palmira, na Colômbia). O time de onde eu saí já não existe mais, era Juan David Toro. Aí nesse time tinham pessoas, pais de família que me ajudaram demais. Sabiam da minha condição econômica, acadêmica e me ajudavam bastante. Ainda falo com muitos deles, sou um cara que agradeço demais aquelas pessoas que acreditaram em mim.

A sua velocidade chama a atenção desde os tempos de criança?

Desde essa época, bastante. Como se joga aqui no Brasil “pelada” com seus parceiros. Ficavam surpresos com a velocidade que eu sempre tive. Eu acho que antes, como eu era mais magrinho, era mais rápido. Mas para jogar futebol tem que aprender muitas coisas e deixar do lado só o correr, lutar, a garra. Sempre foi assim. Era um cara que corria muito, gostava de fazer gol, dar uma assistência para o parceiro... Mas antes corria mais porque era mais lutar, garra, você sabe que na pelada é assim, né? Na pelada o nível não é o profissional, que tem que mudar taticamente, não pode correr o tempo todo para onde você quiser, não tem aquela liberdade que tem na pelada. Fui melhorando pouco a pouco, mas graças a Deus estou chegando no momento bom.    A arrancada de Mendoza deixou Ramon, do Vasco, para trás na Fonte Nova (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) Você chegou a 41km/h na arrancada do segundo gol do Bahia. Bolt chega a 45km/h. Já se imaginou numa corrida contra ele? Dá para ganhar?

Na verdade não me imagino correndo do lado dele, ele é muito rápido. Assim como a gente treina dia a dia futebol, ele treina dia a dia atletismo. Ele está muito melhor preparado que eu, mas se tivesse a oportunidade de correr do lado dele eu correria. Eu vou, não tem problema.

Você viu os memes que o comparavam com Bolt?

Já vi alguns, muito bons.

Você chegou ao Brasil para o Corinthians em 2015, mas acabou jogando pouco. Vive no Bahia o seu melhor momento no país?

Na verdade sim. No Corinthians me senti muito bem, mas ainda não estou no meu melhor momento. Mas do Corinthians ao Bahia sim, estou tendo a sequência que sempre pedi no Corinthians e ter essa sequência é muito importante. Meu melhor momento no Brasil é agora.

Como tem se sentido na Bahia? Tem gostado da cultura, da culinária, da música?

Na Bahia eu gostei das coisas. No Corinthians ainda, Moisés e Paulo Roberto me falaram muito bem do clube e da cidade. Cada vez que eu quero conhecer alguma coisa, eu falo com eles. Eles moraram aqui já um bom tempo e sempre é bom perguntar para quem já morou. A comida tranquila, acho que não muda muito da Colômbia, São Paulo. Tem muitas coisas que não experimentei. Não comi acarajé, nem moqueca. Gosto muito do açaí. De música continuo ouvindo salsa, reggaeton da Colômbia. Das músicas daqui escuto muito pagode, gosto muito da música daqui.

Com quatro gols, você se igualou a Rodrigão como artilheiro do time na Série A. Vai prometer quantos gols?

Desde que cheguei ao Bahia meu pensamento sempre é (fazer) 15 gols, 18 gols pelo campeonato e acho que, com tranquilidade, trabalhando forte como a gente vem, vamos conseguir.

A torcida do Bahia impressiona?

Impressiona demais. Eu sempre falo que quando a torcida está junto conosco, a gente sente aquela vibração do torcedor, que é muito boa. Isso aí pra gente dá uma felicidade imensa. Quando você vê a torcida do Bahia querendo ir pro jogo, não vai, a gente fica um pouco triste. Aqui é todo mundo junto. A gente precisa deles demais e, se Deus quiser, o jogo do próximo domingo vai ter muito mais torcedor apoiando a gente e vai ser muito bom para nós.