Em Salvador, Manuela D'Ávila diz não ver problemas em aliança com políticos do PMDB

Pré-candidata à Presidência da República, a deputada gaúcha criticou o governo Temer e defendeu formação de frente ampla popular

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  • Luan Santos

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 21:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Fernando Udo/Divulgação

Pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, a deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila disse não ver problemas em uma aliança com políticos do PMDB e PSDB para a formação de uma frente ampla popular para discutir o desenvolvimento do Brasil. Em entrevista pouco antes do ‘Encontro com Manu’, realizado no Sheraton Hotel da Bahia, ontem, ela citou o exemplo o senador Roberto Requião (PMDB), com quem nutre amizade. 

"Ele faz parte da minha ideia de frente ampla. E ele é do PMDB. Os partidos não têm esse contorno ideológico que a imprensa tenta dar. Como vou dizer que o PMDB de Requião é o mesmo de Temer? A política é mais complexa no Brasil", ressalta. 

No Maranhão, o governador Flávio Dino, correligionário dela, tem o PSDB como aliado. "O Maranhão é um exemplo: tem muitos partidos, mas tem um projeto para tirar o Maranhão do mais baixo IDH do Brasil. Há um pacto pelo desenvolvimento do estado, tirar o Maranhão das mãos do Sarney", argumenta. 

A deputada ainda afirmou que há risco de as eleições diretas de 2018 não ocorrerem e atacou o governo do presidente Michel Temer (PMDB). "Seja pelo parlamentarismo, com a consulta sobre troca de regime feita ao ministro Alexandre de Moraes (do STF), casualmente indicado por Temer, seja pelo debate em torno do semi-presidencialismo, que às vezes vem à mesa. Então há esse risco de não termos eleições diretas", afirma a parlamentar. 

"São saídas para Temer que não tem voto, para o projeto que ele constrói, com grandes interesses internacionais envolvidos, que dá quase R$ 1 trilhão às grandes petroleiras do mundo", complementa. 

A deputada diz que a estratégia de sua pré-candidatura tem por ponto central a discussão sobre os problemas do cotidiano do povo brasileiro. "Queremos  debater como uma parte das candidaturas defende o congelamento dos gastos por 20  anos enquanto 50% das mulheres não conseguem voltar ao mercado de trabalho depois da licença maternidade, como um povo que se conforma com 60 mil mortes por ano, 40  mil jovens", relata. 

"Nossa estratégia é enfrentar esses problemas, mostrar para as pessoas que a saída é um projeto nacional, de desenvolvimento, pensar na retomada do crescimento econômico, garantir que o câmbio e os juros estejam a serviço do Brasil e não dos interesses internacionais", frisa. 

Na agenda em Salvador, Manuela teve encontro com o governador Rui Costa (PT) e com o presidente da Assembleia, Angelo Coronel (PSD).