Encontro reúne sarau, shows, performances e feira literária

Terceira edição da Balada Literária de Salvador acontece de sexta a domingo

  • Foto do(a) author(a) Laura Fernades
  • Laura Fernades

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 06:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Germano Estacio/Divulgação
O poeta piauiense Torquato Neto é um dos homenageados da Balada por Foto: Joao Rodolfo Do Prado/Divulgação

A força da linguagem na literatura, na música, no teatro, no rap e em outras expressões artísticas marca a terceira edição da Balada Literária de Salvador, que acontece de sexta (3) a domingo (5), no Espaço Cultural da Barroquinha e no Teatro Gregório de Matos. O evento, que tem entrada gratuita ou a preço popular, inclui sarau, rodas de conversas, performances, feira literária e shows.

A programação diversificada começa com uma edição especial do Sarau Bem Black dedicada ao cantor carioca Luiz Melodia (1951-2017), homenageado da Balada junto com o poeta piauiense Torquato Neto (1944-1972). O Sarau acontece sexta, às 18h, com participação do grupo Opanijé, do percussionista Jorjão Bafafé, da poeta paulista Luz Ribeiro e do grafiteiro Zezé Olukemi. Em seguida, a escritora baiana Lívia Natália lança o livro Dia Bonito pra Chover (Malê).

“Independente de qual seja a arte, todos têm um discurso muito bem articulado, uma experiência profunda de linguagem”, ressalta o professor e poeta Nelson Maca, 52 anos, sobre a programação que é um desdobramento da Balada Literária de São Paulo. “Todos são bons da sua forma”, completa Maca, que assina a curadoria da Balada Literária de Salvador com o escritor pernambucano Marcelino Freire, idealizador do evento paulista cuja edição deste ano acontece de 8 a 12 de novembro.

No sábado, a programação é composta por três mesas que homenageiam vida e obra de Torquato Neto. Na primeira, às 14h, Marcelino Freire se reúne com Jorge Ialanji Filholini, contista indicado ao prêmio Jabuti 2017 que também dialoga com Wellington Soares, editor da Revistas Revestrés, e Paulo José Cunha, primo de Torquato Neto.

Em seguida, às 15h30, a jornalista Laura Bezerra entra em cena para conversar com o escritor baiano Orlando Pinho, figura da contracultura baiana que também debate com os músicos Edbrass Brasil e Lia Lordelo. Os dois últimos apresentam, no mesmo dia, às 19h, o show Torquatália, com repertório composto por parcerias de Torquato com artistas como Gilberto Gil, Edu Lobo e Caetano Veloso. A programação fica completa com um bate-papo, às 17h, entre a jornalista Tatiana Lima e o músico Tuzé de Abreu.

“Lembrar o Torquato em momentos tão sombrios que a gente está vivendo é um ganho para todos nós e uma orientação. A rebeldia do Torquato, a celebração da liberdade, a inovação, a coragem com que desenvolveu todas as artes, isso tudo joga muita luz pra gente”, justifica Marcelino Freire, 50, sobre a escolha do homenageado também responsável por revelar Luiz Melodia ao grande público. “É uma homenagem afetiva”, completa Nelson Maca, citando Melodia.

[[galeria]]

Manifesto O último dia de Balada começa com a cantora paulista Fabiana Cozza que aborda a relação intérprete-diretor na mesa com o ator e diretor paulista Elias Andreato, que dirigiu seus últimos shows. No evento, às 14h, os dois falam sobre o processo artístico do álbum Partir, lançado por Cozza em 2015, e sobre o espetáculo Ay, Amor!, que ganhou CD esse ano.

Em seguida, às 15h, a professora Milena Brito conversa com os escritores Lívia Natália, Fábio Mandingo e Landê Onawalê, sobre a força da atual literatura negra baiana. Já às 16h30, acontece uma versão reduzida da disputa poética Slam Lonan, na qual os participantes têm um tempo delimitado e são avaliados pela plateia, na hora.

A programação termina, às 19h, com Fabiana Cozza no show Partir, acompanhada do violonista Léo Mendes e do músico e compositor Roberto Mendes. A apresentação teve as canções de Mendes como principal inspiração “poética e musical na construção da sonoridade e do diálogo com a diáspora africana no mundo”, ressalta Cozza, que também elogia a iniciativa da Balada.

“A Balada é uma necessidade artística, é um manifesto. Marcelino Freire é um sonhador que articula, transpira, une e realiza o maior evento não pago de literatura no Brasil”, elogia a cantora. “Ele reinventa os acessos por onde a literatura, a poesia e seus autores continuem existindo, tendo fala, e não sucumbindo à mediocridade a qual nestes últimos meses o Brasil insistentemente tem sido relegado”, completa.

Programação da Balada Literária de Salvador

Sexta-feira, 03/11

18h | Sarau Bem Black Especial – Homenagem a Luiz Melodia Participações: poeta Luz Ribeiro (SP), percussionista Jorjão Bafafé, grafiteiro Zezé Olukemi e grupo Opanijé Lançamento: Dia Bonito pra Chover (Malê) de Lívia Natália Onde: Espaço Cultural da Barroquinha Gratuito

Sábado, 04/11

Mesas 14h: Marcelino Freire e Jorge Ialanji Filholini conversam com Wellington Soares (PI) e Paulo José Cunha (PI) 15h30 : Laura Bezerra conversa com Orlando Pinho e Edbrass & Lia Lordelo (Torquatália) 17h : Tatiana Lima conversa com Tuzé de Abreu Onde: Espaço Cultural da Barroquinha Gratuito

Show Torquatália Abertura: Nelson Maca e DJ Gug Local: Teatro Gregório de Matos, às 19h Ingresso: R$ 20 | R$ 10

Domingo, 05/11

Mesas 14h: Fabiana Cozza conversa com o ator e diretor Elias Andreato (SP) 15h: Milena Brito conversa com os escritores Fábio Mandingo, Lívia Natália e Landê Onawalê

Slam Lonan 16h30: Com os poetas Fabiana Lima, Evanilson Alves, Rilton Júnior e Luz Ribeiro (SP) Onde: Espaço Cultural da Barroquinha Gratuito

Show Partir: com Fabiana Cozza e Léo Mendes (violão). Participação especial de Roberto Mendes Abertura: Marcelino Freire Local: Teatro Gregório de Matos, às 19h Ingresso: R$ 30 | R$ 15