Estação de tratamento promove reuso da água e economia em condomínio

A pratica do reuso de efluentes sanitários proporciona benefícios ambientais al[em de uma economia com água potável que pode chegar a 75%

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  • Murilo Gitel

Publicado em 21 de novembro de 2017 às 19:00

- Atualizado há um ano

O esgoto sanitário doméstico que vem dos 380 apartamentos do Condomínio Supremo Family Club, em Lauro de Freitas, passará a contar com um moderno sistema de tratamento, capaz de transformá-lo em um efluente qualificado para o reuso na irrigação do jardim e a lavagem de áreas comuns.

Essa é a primeira Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do município a realizar o reuso planejado de efluente sanitário doméstico. Batizada de Clearhydro, a tecnologia aplicada pela empresa baiana Clear Water Soluções Ambientais é do tipo Moving Bed Biofilm Reactors (MBBR), e foi desenvolvida na década de 1980, na Noruega.

“É uma aplicação bastante comum fora do Brasil e que tem uma série de oportunidades para ser desenvolvida aqui, principalmente em sistemas de tratamento descentralizados”, explica o engenheiro Dartagnam Gomes, proprietário da Clear Water. A ETE tem capacidade de tratar até 150 mil litros de águas servidas (esgoto sanitário doméstico) por dia e fazer reuso do efluente tratado em até 30 mil litros/ dia.

A pratica do reuso de efluentes sanitários proporciona benefícios ambientais significativos, pois permite que um volume maior de água potável permaneça disponível para outros usos mais nobres. “Em certas condições, pode reduzir a poluição hídrica por meio da redução da descarga de efluentes nos rios e lagos. Existem também benefícios econômicos, uma vez que o condomínio tem custos menores, na ordem de 75 % de economia, em relação ao consumo de água potável”, pontua Gomes.

Economia

Os cerca de 1.500 moradores do Condomínio Supremo Family Club consomem cerca de 10 mil metros cúbicos de água potável por mês. “Estamos economizando de 3 a 4% em volume como reuso. Isso é um ganho de ordem financeira e ambiental sem precedentes”, ressalta o engenheiro, que antes de abrir a própria empresa trabalhou durante 27 anos na Embasa.

De acordo com Gomes, o investimento nessa ETE foi de R$ 160 mil, sendo que a taxa de retorno – graças à economia de água potável - é estimada em seis meses a partir do início da operação. O subsíndico do condomínio, Josene Gomes, comemora a chagada da nova estação. “Já até sentimos uma melhora significativa no cheiro que antes exalava no local. Agora não tem mais. Fora os ganhos para o meio ambiente”, afirma.

Como funciona a estação em 7 passos:

1) Gradeamento: retenção de materiais grosseiros; 2) Desarenador: retenção de materiais suspensos (areia, particulados); 3) Digestor anaeróbio: primeira separação de efluente e manta de lodo com material orgânico pela ação de organismos anaeróbios; 4) Tanque de aeração (MBBR): bombeamento de oxigênio no efluente para neutralizar os organismos anaeróbios; 5) Decantação: retenção de lodos decantados para leva-los novamente ao processo anaeróbio; 6) Desinfecção: controle do número de bactérias antes do lançamento final; 7) Reuso: efluente então é direcionado para o reuso (irrigação de jardim, área de pátios, equipamentos como playgrounds, entre outros.

Fonte: Clear Water.