Hipertensão atinge 25% da população

Número de brasileiros com “pressão alta” cresceu 14,2% nos últimos 10 anos

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  • Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 18:43

- Atualizado há um ano

A hipertensão arterial é uma doença silenciosa e que pode afetar qualquer pessoa. Dados de pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revelaram que o número de brasileiros com “pressão alta” cresceu 14,2% nos últimos 10 anos, chegando a 25,7%, na média nacional. Em Salvador, o levantamento mostra resultados ainda mais alarmantes, com percentual chegando a 27,4% da população local.

O médico cardiologista Luiz Pinho, do Grupo Sabin/Imagem, destaca que a hipertensão é uma das principais causas de infarto, derrame, insuficiência cardíaca e insuficiência renal. “É um problema de saúde sério, que pode levar a outras doenças graves”, informou. Ele destaca que este problema de saúde pública tem se agravado, com o aumento da incidência, inclusive entre jovens.

Há vários fatores, segundo Pinho, que, combinados, podem levar à hipertensão arterial. Alguns deles são conhecidos como “não modificáveis”, em função de genética, sexo e idade. Mas ele destaca fatores que podem ser modificáveis, como hábitos de vida não saudáveis, estresse, sedentarismo, alimentação inadequada e obesidade. Pessoas com mais de 65 anos, que consomem bebidas alcoólicas, sedentários e com sobrepeso formam o principal grupo de risco.

MEDIDAS De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a pressão arterial é classificada como ótima ao medir 12 por 8 e normal em 13 por 8,5. Quando a pressão está acima de 14 por 9, o diagnóstico é de hipertensão. Para isso, deve se basear em pelo menos três medidas diferentes, aferidas em duas ou mais consultas. O diagnóstico deve ser, sempre, validado por medidas repetidas, em pelo menos 3 ocasiões.

Luiz Pinho afirmou que qualquer médico clínico pode diagnosticar a hipertensão arterial. “Mas, se for necessário, este encaminha para um especialista para que possa fazer o acompanhamento”, afirmou. Segundo o cardiologista, filhos de pais hipertensos têm uma maior probabilidade a também ter a pressão alta. Neste caso, por ser um fator genético, ou seja, não modificável, é necessário atuar entre os fatores modificáveis, para tentar retardar a instalação da hipertensão arterial e minimizar as suas consequências com hábitos saudáveis de vida, atividade física e alimentação adequada, sobretudo com a redução do consumo de sal”, citou. “O sedentarismo é um fator de risco importante. Por isso, é recomendável que a pessoa pratique esportes ou qualquer atividade física, de preferência diariamente, como caminhada ou mesmo andar de bicicleta, que também proporcionam prazer”, completou.

SILENCIOSA A hipertensão é uma doença via de regra assintomática, silenciosa. Por isso, muitos indivíduos desconhecem ser hipertensos e, entre os que já tem o diagnóstico da doença, muitos não fazem o adequado controle, expondo-se aos riscos. “Ela deve ser pesquisada toda a vez que o cidadão for ao médico. Independentemente da idade, é importante fazer regularmente uma avaliação da pressão arterial”, declarou Luiz Pinho. Quando ocorrem sintomas, os mais comuns são dor de cabeça ou dor na nuca, tontura, cansaço, enjoo, falta de ar, dor no peito, entre outros.  

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