Nova visão da sustentabilidade

Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil

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Publicado em 10 de agosto de 2017 às 03:29

- Atualizado há um ano

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Durante o World Economic Forum, de Davos, diante de uma audiência formada pela academia, empresários, governantes, investidores e sociedade organizada, a PricewaterhouseCoopers (PwC) lançou a 20ª Pesquisa Anual do CEO (Chief Executive Officer), mostrando as visões de cerca de 1.400 CEOs globais (goo.gl/HfZR4w). “Nos últimos 20 anos, a tecnologia sozinha virou o mundo dos negócios de cabeça para baixo”, afirmou Bob Moritz, CEO global da PwC.

Observando mudanças sociais, econômicas, financeiras, ambientais, climáticas, demográficas, tecnológicas e das comunicações, registradas na inovadora linha do tempo da sustentabilidade, essas instituições globais constroem cenários analisando tendências que emergem dos números e escrevem, no dia a dia, a história do nosso futuro, subsidiando planejamentos, compliances (conformidades) e apoiando decisões.

No novo relatório The World in 2050 (goo.gl/shTvR5), a PwC exibe uma lista com as 32 economias que dominarão o mundo dentro de 13 anos. A China está em primeiro lugar, seguida dos EUA, Índia, Japão, Indonésia, Rússia, Alemanha, Brasil, México e Reino Unido, que serão as 10 economias mais poderosas em 2030. Enquanto o Brasil Business Network, em Nova York (goo.gl/xeR830), ajuda na expansão da presença brasileira a nível internacional, Portugal salienta o valor do mar (goo.gl/txQfdv).

Acompanhando os países do G20 na descarbonização das suas economias, o PwC Low Carbon Index (goo.gl/Nn595E), calcula a intensidade de carbono e acompanha as propostas de redução de emissões feitas pelos governos durante o Acordo de Paris, inaugurando a era da eco-nomia. A descarbonização empresarial, sem avaliações conjunturais e setoriais econometrizadas, constitui fator de risco para as empresas, concorda Nandini Sukumar, CEO da World Federation of Exchanges (Federação Mundial das Bolsas de Valores), afirmando: “A WEF vê a mudança climática como uma fonte potencial de risco sistêmico financeiro, e apoia os esforços para resolver o assunto proativamente”.

Os avanços tecnológicos que viram o mundo de ponta cabeça, mostrados pela PwC em Davos, estão no alcance das nossas mãos. Enquanto a tecnologia 5G promete velocidades de download pelo menos 10 vezes mais rápidas do que as redes atuais, a Internet das Coisas (IoT) transforma a maneira como vivemos em casa e no trabalho. Usando a inteligência artificial, fabricantes conectam eletrodomésticos à rede e às pessoas. Os chamados “wearables”, tecnologias vestíveis, estão nos óculos, relógios, camisas e sapatos, e a digitalização virou uma tendência da eco-nomia, ajudando na desmaterialização, um dos pilares para a descarbonização.

Segundo a revista Fortune, 40% das 500 maiores empresas listadas no seu ranking irão desaparecer na próxima década. A nova eco-nomia está também focada no bem-estar humano, não somente no crescimento econômico como um fim em si mesmo. Pavan Sukdhev, autor do best seller Corporação 2020, completa, “ainda temos muito a aprender sobre a natureza do valor e do valor da natureza”. Empresas inovadoras são transformadas em vetores de sustentabilidade, o mundo corporativo está sendo trazido à mesa de negociações como gestores do planeta.