O Touro e a fênix

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Elton Serra
  • Elton Serra

Publicado em 4 de fevereiro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Quando terminou o jogo entre Bahia e Fluminense de Feira, há duas semanas, em Pituaçu, a maioria dos comentários recaiu sobre o desempenho do time de Guto Ferreira, que demora a engrenar na temporada. O Esquadrão de Aço empatou por 0x0 com o Touro do Sertão, por boa parte da partida tinha um jogador a mais, e o melhor em campo foi o goleiro Anderson. Discussões que mascararam o trabalho de uma equipe que mostrou uma competitividade interessante nos primeiros jogos do ano: o time de Evandro Guimarães.

Sempre tive a ideia de que o Fluminense de Feira é a terceira força do futebol baiano. É o time do interior com mais títulos estaduais; tem uma torcida apaixonada e que, quando é estimulada, faz muita diferença no Joia da Princesa; é de uma cidade com potencial econômico acima de muitas outras do Nordeste e que figuram em divisões superiores do Campeonato Brasileiro. Nos últimos anos, o Flu foi dilapidado por administrações irresponsáveis, caiu até para a segundona estadual e ameaçou fechar as portas. Só não caiu no ostracismo por causa do seu tamanho dentro da Bahia – algo que precisa ser levado em consideração com muita seriedade.

Quarta passada, o Flu venceu o Santa Cruz e avançou para a 2ª fase da Copa do Brasil. É bem verdade que a equipe pernambucana vive um novo momento conturbado na sua rica história, mas ainda é uma equipe tradicional do futebol nordestino e, queira ou não, com uma estrutura superior à do Touro. Os comandados de Evandro Guimarães mostraram um futebol consistente e fizeram 2x0 com muita autoridade. Na próxima fase, enfrentam o Náutico, também no Joia, com a possibilidade de continuar na competição nacional.

O Fluminense repetiu nos dois jogos um desempenho que evidencia padrão tático definido. A defesa sólida, formada pelos zagueiros Raniere e Eduardo, além de bem protegida pelo experiente goleiro Deola, é o ponto forte da equipe. Mostra capacidade de coordenar os movimentos defensivos com eficácia, diminuindo os espaços adversários e gerando uma compactação difícil de ser desmontada. Com o mínimo de organização, dará trabalho também no Campeonato Baiano.

O que pesa contra as equipes do interior é o calendário. Aliado à estrutura, que os deixa distantes dos grandes clubes, a questão física começa a fazer diferença. Com o desgaste dos jogos, quem está mais fortalecido fisicamente leva vantagem. O critério técnico, claro, também tem o seu peso, sobretudo quando essas agremiações não possuem elenco recheado de boas reposições. Se conseguir superar as dificuldades já conhecidas do nosso futebol, o Fluminense pode dar mais um passo para voltar a ser considerada a terceira força da Bahia.

Outros expoentes O Vitória da Conquista, que vendeu caro a derrota para o Vitória, por pouco não eliminou o Boa Esporte na Copa do Brasil. Com o 0x0 em casa, deixou a competição na 1ª fase. As diversas participações em competições nacionais vão dando experiência a um clube relativamente novo. Com o passar do tempo, as coisas podem melhorar.

A Juazeirense, que na prática é a terceira força por estar na Série C do Brasileiro, segue com resultados consistentes em 2018. É um clube que ainda precisa avançar bastante em estrutura para manter bons números ao longo dos anos e, assim, criar afinidade com novos e velhos torcedores de Juazeiro. O futuro é bastante promissor.

*Elton Serra é jornalista e escreve aos domingos