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A infância e as múltiplas possibilidades para aprender na  escola


 

  • Da Redação

Publicado em 27/06/2020 às 05:00:00
Atualizado em 07/05/2023 às 17:27:03
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As crianças pequenas precisam de encontros diversos e múltiplos para constituição da sua identidade individual e coletiva, das relações, dos vínculos e das descobertas geradoras de memórias, referências para seu desenvolvimento e para as aprendizagens que as acompanham por toda a sua vida.

A primeira infância, de 0 aos 5 anos, é um período da vida humana de grandes transformações e conquistas que se constituem, a depender das experiências e interações que tem, como uma base para toda a vida futura, já que a forma das crianças serem acolhidas e viverem na cidade, na família e na escola pode fazer uma grande diferença na construção de um futuro melhor. 

A infância é a fase em que mais são construídas as conexões neurais em relação com o corpo. E as pesquisas comprovam o valor da escola de qualidade neste período da vida, com a interação com pares que tem contextos, cultura e valores diferentes, assim como, múltiplas experiências, variadas relações e a visão sistêmica e integral do ser humano. 

Biologicamente, as crianças tem todas as disponibilidades para construir o conhecimento e para inúmeras aprendizagens. Mas a preservação disso vai depender do contexto em que se vive, os processos, as experiências e as relações. E a escola é o lugar privilegiado para essa imersão.  Escola é lugar de pensamentos, ações e sentimentos divergentes, gerando  um permanente espaço de confronto, sendo possível aprofundar e construir um outro ponto de vista, ampliando repertórios de saberes, fazeres e atitudes.

A criança como um ser humano capaz traz consigo o potencial, a relação, a criatividade, as múltiplas linguagens e a capacidade de aprender. A diferença está na capacidade de compartilhar ideias, perguntas e experiências com adultos (professores e família) e com seus pares. Juntos, crianças e adultos, na escola, são companheiros de aventuras infinitas e transformadoras, sempre em busca de uma sociedade mais humana, mais fraterna, mais solidária e flexível à mudanças, inclusive, a uma nova escola, nova sociedade, nova normalidade, pós-pandemia.

Por enquanto, seguimos em distanciamento físico, construindo uma intensa e profunda conexão social, cultural e de conhecimentos entre famílias e escola, que se complementam. Juntos se reinventam, tecendo com harmonia, como em uma dança, uma comunhão entre a ação educativa na família e na escola, uma parceria que se fortalece e é aprofundada a cada encontro, a cada partilhar, a cada aprendizado. Escola, como comunidade em aprendizagem permanente que acredita na potência das crianças e das famílias na construção de ricos processos de vida cotidiana e de pesquisas, com apoio mútuo e solidariedade, partilha de ideias, diferentes formas de encontros, e competências que são aprofundadas.  

Marília Dourado é pedagoga formada pela UFBA, fundadora e diretora da Escola Casa da Infância

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