'Estou apanhando aqui fora igual Davi dentro da casa do BBB', diz publicitário baiano João Silva

Publicitário baiano premiado está no centro do furação do caso envolvendo Davi e Mani

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  • Osmar Marrom Martins

Publicado em 27 de abril de 2024 às 07:59

João Silva
João Silva Crédito: Divulgação

Com quase 50 anos de experiência em comunicação - atuando em projetos nacionais e internacionais - além de ser um dos profissionais mais premiados do Brasil, o baiano João Silva, de repente se viu no olho do furacão. Ele se tornou notícia nacional, acusado de ser o responsável pela separação do até então casal queridinho do Brasil, Davi (campeão do último BBB) e Mani Reggo, dona de uma barraca de lanches em Brotas. “Estou apanhando aqui fora muito, nos últimos dias, igual a Davi dentro da casa do BBB em 100 dias”

Mas, afinal, quem é mesmo João Silva? Autor de cases de sucesso, como Olodum, Collor, TCA, Jacques Janine, Sebrae, Iguatemi, entre tantos outros. Atuou nas principais agências do mercado e presta serviços de planejamento estratégico e consultoria de comunicação. Ao longo de sua carreira, conquistou centenas de prêmios entre regionais, nacionais e internacionais, incluindo a medalha Zumbi dos Palmares, concedida pela Câmara Municipal de Salvador pelos trabalhos desenvolvidos para a luta pela igualdade racial no País. Em 2009, criou o selo “Racismo, aqui não!", uma estratégia para inibir práticas racistas, que vem ganhando adesão de milhares de pessoas em diversas partes do Brasil e do mundo.

Talvez, João tenha acreditado que todo esse currículo serviria para pelo menos não sofrer ataques tão virulentos como ele diz estar sofrendo. “Em toda minha vida sempre encontrei resistências, especialmente quando abraço alguma causa ou assunto de interesse social, como por exemplo o selo “Racismo, aqui não!”

Ele acredita que “a comunicação é a ferramenta que pode transformar o mundo e o seu processo criativo, baseado no que a neurociência tem desenvolvido, contribui não só para as vendas das grandes marcas, mas também, para a construção de valores e transformação de comportamentos sociais!".

Inconformado com o bombardeio que vem sofrendo de sites, blogs e programas de celebridades em todo país, ele desabafou com o Baú do Marrom: “Hoje sou um dos publicitários mais premiados do país, autor do número recorde de mais de mil marcas e noto que isso não deve agradar a muita gente, porque sou um homem negro de origem simples e da cidade baixa de Salvador.”

Perguntado sobre como está se sentindo no meio do furação, João Silva comentou:

“Acredito que estou sendo linchado nas redes sociais, porque consegui contribuir com a imagem de uma mulher negra, simples e trabalhadora que cresceu nas redes sociais por apresentar sua história de vida e ao mesmo tempo apoiar seu marido (ou namorado), negro também que estava confinado na casa do Big Brother Brasil. Ao aceitar esse desafio, passei a acompanhar o programa e mesmo sem conhecer Davi pessoalmente, me identifiquei rapidamente com ele, porque via naquele jovem negro da periferia, a minha história de vida. Considero importante todo trabalho e marcas que ajudei a desenvolver para Mani em apoio a Davi e estou orgulhoso com o sucesso que foi alcançado e muito feliz com a vitória de Davi campeão”.

E mais, prossegue João: "A MariaBrands.com através de nosso Instituto Maria Preta no Brasil foi muito importante para isso e nos orgulhamos de entregar o que nos comprometemos. O nosso desafio era fazer com que Mani Reggo aqui fora pudesse contribuir efetivamente com a vitória de Davi lá dentro e essa missão foi cumprida. E estamos prontos para novos projetos”.

Em meio a todo esse turbilhão, João Silva diz que, além do projeto “Racismo, aqui não!”, está trabalhando na finalização de seu livro e na segunda edição do ‘Bem-Vindos a 2025 II’ que deverá acontecerá em setembro. “O selo ‘Racismo, aqui não!’ talvez seja a melhor estratégia para combater o racismo no país de forma séria, pacífica e eficaz. “Se alguém varre as ruas para viver, deve varrê-las como Michelângelo pintava, como Beethoven compunha, como Shakespeare escrevia " (Martin Luther King).

Ao que tudo indica, não é a primeira polêmica em que esse publicitário, autor de um documentário sobre a saudosa Alaíde do Feijão, se vê envolvido, como ele mesmo relembra: “Quando coloquei Carlinhos Brown na campanha da Feira do Empreendedor do Sebrae pela primeira vez, enfrentei também bastante resistência no início. Com o sucesso da campanha, todos passaram a elogiar”.