Irará e Nadinho
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Da Redação
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O Fluminense de Feira foi campeão baiano em 1963, vencendo a esfinge de Nadinho. Fonte Nova lotada, gente saindo pelo ladrão.
Espremidos, no cantinho onde ficava a torcida do Vitória, uns 3 mil touros do sertão, encarando mais de 20 mil torcedores de vermelho, azul e branco, absolutamente convencidos da “barbada” que seria o jogo, ainda mais com a gritaria orquestrada, ensurdecedora, na orelha dos meninos do interior.
Jogo pegado, gigante, inesquecível pra quem viu, daqueles que a televisão não mostrou. Renato Azevedo, o filho do Irará, artilheiro do campeonato com 9 gols, ganhou uma dividida, daquelas que a enxada trincava na outra, em cima de Henricão, beque central, massa bruta do Bahia. Renato gingou pra esquerda, chamou a bola na direita matadoura e enfiou um balaço no canto, 2x1 em cima do Bahia de Nadinho.
Renato fez os dois gols do Fluminense na final de 1963 contra o extraordinário Tricolor de Aço, campeão brasileiro em 1959, que em pleno Maracanã, desmontou o Santos de Gilmar, Zito, Pelé, Coutinho e Pepe (o Bahia não era qualquer coisa em campo, como hoje em dia, na bola jogada). Essa foi a primeira homenagem do futebol iraraense ao enorme Nadinho, um Castilho do futebol baiano.
A segunda homenagem do Irará a Nadinho veio na forma de um herói de Massaranduba, Dida, pelo Vitória (onde Nadinho se revelou e também brilhou), Dida campeão de quase tudo no mundo do futebol, literalmente. O melhor goleiro baiano que vi jogar. Dida e Renato, filhos do Irará, na história de Nadinho.
Edson Barbosa é jornalista e publicitário