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CORREIO envia comunicado ao Secretário de Segurança Pública após ameaças sofridas por repórter


 

Jornalista Bruno Wendel sofreu ameaças após a veiculação de uma reportagem mostrando que o soldado Joedson dos Santos Andrade, da Polícia Militar, foi preso na Operação Assepsia I

  • Da Redação

Publicado em 25/05/2021 às 19:44:00
Atualizado em 08/05/2023 às 12:42:06
. Crédito: Foto: Elóis Corrêa/GOVBA

O Jornal CORREIO enviou um ofício ao Secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, Ricardo Cesar Mandarino, pedindo atenção ao caso de ameaças sofridas pelo repórter do veículo após a veiculação de uma reportagem mostrando que o soldado Joedson dos Santos Andrade, da Polícia Militar, foi preso na Operação Assepsia I. A operação investigava ações de grupo de extermínio, extorsão e que agia em Vila de Abrantes, no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. O envolvimento do soldado no caso foi revelado dias depois da morte do soldado em Arembepe.

Um total de quatro homens, que não se identificaram, mandaram mensagens para o celular do repórter. Um dos remetentes chamou o jornalista de 'vagabundo'. Numa outra mensagem, um outro homem sugere que veículo e jornalista não reconhecem o trabalho das forças de segurança pública. Uma outra pessoa ameaça que o jornalista ainda "tem de se retratar". Por fim, um outro homem enviou mensagens com prints das redes sociais de Bruno e enviou um emoji de 'cocô'.

Além das ameaças por mensagens, Bruno também recebeu ligações afirmando, em resumo, "que uma situação que iniciou com sangue não precisa terminar com mais sangue".

O repórter afirmou que recebeu mensagens de policiais que já conhece e afirmaram entender o seu trabalho, mesmo sentindo que não era o momento oportuno para a veiculação da reportagem, logo após a morte do Soldado Joedson. 

A Secretaria de Segurança Pública foi avisada sobre o caso e recebeu todo o material. O repórter registrou Boletim de Ocorrência em uma delegacia especializada. 

Entenda o caso Morto a tiros durante uma incursão no dia 16 de maio, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), o soldado Joedson dos Santos Andrade era suspeito de fazer parte de um grupo de extermínio que agia em Vila de Abrantes. Ele trabalhava na 59 Companhia Independente (59ª CIMP/Vila de Abrantes) e foi um dos presos em maio do ano passado na Operação Assepsia I, ação de uma Força-Tarefa que investiga grupos de polícias suspeitos de crime de extermínio e extorsão, além de sequestros em Salvador e RMS. 

As informações são da Corregedoria-geral da Secretaria de Segurança Pública (SSP), à frente da Força-Tarefa. Segundo Nelson Gaspar, corregedor-geral da SSP, Joedson foi um dos quatro PMs presos no dia 18 de maio do ano passado, quando a Força-Tarefa cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão na 59ª CIPM, por conta das mortes dos irmãos Hiago Nascimento Tavares e Thiago Nascimento Tavares, ocorridas no dia 7 de fevereiro do mesmo ano, em Barra de Pojuca, município de Camaçari.

Ainda segundo Gaspar, Hiago, alvo do grupo armado, possuía envolvimento com tráfico de drogas. O irmão dele acabou sendo morto por ter presenciado a ação da quadrilha. O corpo da segunda vítima foi enterrado numa cova rasa e depois localizado. As mortes foram por disparo de arma de fogo.