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Vizinhos das vítimas de chacina em Feira protestam para que autor permaneça preso


 

Cerca de 10 pessoas do Condomínio Alto do Rosário, onde o crime aconteceu, amanheceram na porta do complexo policial

  • Bruno Wendel

Publicado em 06/01/2017 às 15:03:00
Atualizado em 16/04/2023 às 11:08:49

Ao tomarem conhecimento da prisão de Gilson de Jesus Moura, 49 anos, autor das mortes de cinco pessoas de sua própria família, na madrugada da última quarta-feira (4), em Feira de Santana, vizinhos das vítimas foram ao Complexo de Delegacias de Feira de Santana para exigir que Gilson permaneça preso, nesta sexta-feira (6). 

Cerca de 10 pessoas do Condomínio Alto do Rosário, onde o crime aconteceu, amanheceram na porta do complexo policial. Eles queriam a garantia de que Gilson ficasse preso até o caso ser julgado. “Isso porque virou moda. O cara comete um crime desses e em menos de um mês já está respondendo em liberdade, graças à fragilidade da justiça”, declarou a dona de casa Laíse Leite Medeiros, 24 anos. Amiga de Ana Cristina de Jesus, 37 anos, mulher de Gilson e alvo do ataque, Laíse não consegue controlar a raiva. “Não está melhor porque ele não está morto. Não dá para engolir um homem que mata cinco pessoas da mesma família, além de deixar outras duas entre a vida e a morte, e permanecer vivo e, ainda por cima, alegando que nada se lembra”, esbravejou. 

“Ele é frio, calculista. Planejou tudo. No dia anterior, comprou o galão de gasolina e tentava vender o carro para ter dinheiro para fugir. Mas a justiça será feita”, disse o auxiliar de almoxarife Zezinho Santos, 42. “Se a mão da justiça dos homens falhar, e faremos de tudo ao nosso alcance para que não aconteça, a mão de Deus, a maior de todas, nunca falha”, disparou a garçonete Isabel Cristina Almeida Pereira.

LinchamentoNão fosse a custódia da polícia, Gilson correu o risco de ser linchado ao sair da sede da Polícia Civil, em Salvador, após coletiva de imprensa que ocorreu na tarde desta sexta-feira (6). Populares que estavam na Praça da Piedade começaram a gritar xingamentos e a bater com as mãos na viatura.

"Você vai morrer lá dentro", desejou uma mulher. "Vai mofar na cadeia", esbravejou outro. Gilson seguiu para o presídio de Feira de Santana, onde vai aguardar julgamento. Ele deve ficar em um pavilhão separado, junto com estupradores e outros autores de crimes hediondos.