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Menina de oito anos fica à beira da morte após brincar com slime


 

Criança se intoxicou com um dos ingredientes da 'geleca'

  • Da Redação

Publicado em 23/10/2019 às 14:30:50
Atualizado em 20/04/2023 às 10:24:06
. Crédito: Foto: Reprodução

A pequena Laysla, de 8 anos, passou os últimos dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Brasília após o surgimento de uma série de sintomas, entre eles, dermatite atópica e insuficiência renal. A causa desta reação foi um dos componentes do slime, “geleca” multicolorida que é sensação entre a criançada.

A mãe da criança, a digital influencer Thamires Ximenes, desabafou em seu Instagram. “Uma brincadeira comum entre crianças, que para muitos parece inofensiva, se tornou motivo de muita dor e angústia para nossa família”, contou.

“Desde quando a fabricação caseira virou febre, Layla passou a ‘fabricar’ slime com muita frequência e há muito tempo vem reclamando de dores na barriga. Depois, apareceram muitas manchas na pele”, acrescentou a influenciadora.“Na semana retrasada, as dores [abdominais] aumentaram e corremos para a emergência com ela chorando de dor. Fomos informados que ela estava com menos de 40% da função renal. As lágrimas e o desespero tomaram conta de todos”, prosseguiu.Após diversos exames e consultas, a causa dos sintomas foi detectada. “No 7º dia de internação, enfim conseguimos entender o motivo de tudo: intoxicação por ácido bórico, no tal do ‘ativador’ do slime caseiro (Bórax, talco ou água boricada)”, escreveu.

Melhora Felizmente, a menina já se recuperou e passa bem. “Agora, ela está livre das dores e manchas, mas foi um sufoco. Já tinha lido em diversas matérias que o tal do Bórax é prejudicial à saúde, por isso optávamos por fazer a geleca sempre com água boricada. Foi uma surpresa saber que o componente também é nocivo”, contou a mãe ao site Metrópoles.

Outro caso Este não é o primeiro caso no Brasil de intoxicação por causa da brincadeira. Em maio deste ano, na cidade de São Paulo, outra menina também se envenenou com o 'bórax'. 

A mãe de Valentina Pagano, Cris Pagano, publicou um post nas redes sociais falando sobre sua experiência. A filha ficou mais de uma semana internada. "Ela apresentava um quadro de gastroenterite sem nenhuma razão aparente. Todos os exames estão normais, hemograma e PCR inalterados, ultrassom e tomografia mostrando apenas um aumento e inflamação nos linfonodos intestinais. E hoje, depois de muitos dias de angústia, vendo ela piorando a cada dia - apesar do esquema fortíssimo de medicação para vômitos -, sem comer nada desde o início do quadro, veio o diagnóstico: envenenamento por bórax", diz o desabafo. "Mães, proíbam o uso nos slimes! O médico já avisou a Vigilância Sanitária, que informou já ter outras ocorrências".

Valentina conta que o médico desconfiou do que poderia estar acontecendo justamente ao vê-la brincando com um slime. "Todos os dias no hospital, eu estava fazendo slimes porque sempre que recebia uma visita, eu ganhava materiais. Enquanto eu mexia com isso, ele penetrava na minha pele indo para a minha corrente sanguínea". (Foto: Reprodução) Com a viralização do post, Cris voltou para esclarecer. "Minha filha, Valentina, NÃO BEBEU BÓRAX DILUÍDO EM ÁGUA...ela possui uma conta de Slime e fazia muita Slime e manipulava o Bórax para dilui-lo em água diariamente! Somente postei para servir de alerta para que não aconteça com outras crianças!", escreveu.

O bórax é o ingrediente mais perigoso da lista para fazer slime. O borato de sódio é tóxico, mas mesmo assim é encontrado facilmente no comércio. Ao brincar, as crianças podem ficar horas em contato com a substância. "A queimadura, especialmente nas mãos, pode ser a reação mais grave por ação abrasiva causada pelo borato de sódio. Existe, ainda, risco de reações alérgicas, já que as crianças têm uma pele mais sensível", disse à Revista Crescer o alergista Nelson Guilherme Bastos Cordeiro.

Há risco do produto ser inalado, o que pode causar problemas no aparelho respiratório. E o médico alerta: "Pode desenvolver dermatite de contato por conta de uma substância encontrada normalmente em espumas de barbear e amaciantes, chamada de metilisotiazolinona".

Os pais devem prestar atenção na quantidade do produto que a criança vai manipular - e também o tempo que ela vai ficar em contato com a mistura. Ou, ainda, pode-se optar por kits de produtos industrializados, com produtos e concentrações testadas, evitando os riscos do slime caseiro.