Assine

Ministério do Trabalho localiza 16 pessoas trabalhando como escravos em carvoaria


 

Elas não tinham qualquer registro e só recebiam pelo trabalho a cada quatro meses.

  • Agência O Globo

Publicado em 22/01/2014 às 17:17:00
Atualizado em 14/04/2023 às 01:59:16

No segundo dia da Operação Gato Preto, coordenada pelo Ministério do Trabalho em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram encontrados nesta quarta-feira mais 16 trabalhadores vivendo em condições de escravidão em uma carvoaria da cidade de Piracaia, no interior de São Paulo.Diferente de outros trabalhadores resgatados na véspera por estarem em condições análogas à escravidão em carvoarias da região, o grupo identificado agora trabalhava como escravos - eles não tinham qualquer registro e só recebiam pelo trabalho a cada quatro meses."Não é uma condição análoga, mas trabalho escravo simplesmente. Quando recebem o cheque do empregador, de quatro em quatro meses, eles vão direto ao mercado para pagar as contas. E toda a roupa que usam no trabalho, inclusive as botas para roçar a lenha, é comprada eles próprios", disse um agente que participou da ação.A carvoaria, que foi autuada e interditada, é fornecedora exclusiva da Carvão Cacique, uma marca sediada em Bragança Paulista. Após a blitz, no final da manhã, os auditores do Ministério Público do Trabalho e os agentes da PRF seguiram para a cidade para fechar o estabelecimento da Cacique onde o carvão é embalado.A operação Gato Preto foi deflagrada na terça-feira e em blitzes realizadas em 10 carvoarias dos municípios de Piracaia, Joanópolis e Pedra Clara — todas na região de Bragança Paulista — foram encontrados sete menores e 16 pessoas trabalhando em condições análogas à escravidão. Seis dessas carvoarias foram interditadas.Duas marcas de carvão para quem essas carvoarias interditadas forneciam e embalavam os produtos, a Carvão São José e a Tennesse, ambas com sede em São Paulo, estão sendo autuadas nesta quarta-feira pelos auditores do Trabalho.