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Estadão
Publicado em 17 de novembro de 2023 às 09:48
Criador da palavra "agrotóxico", que se tornou termo corrente na língua e até hoje causa polêmica, morreu nesta quinta-feira, 16, no início da tarde, acometido por uma miastenia, uma doença hereditária, em Piracicaba (SP), o professor Adilson Paschoal, fundador da cátedra de Agricultura Orgânica na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), onde deu aulas durante décadas como professor titular e professor sênior, até mesmo depois se aposentar, em 1998. >
Paschoal nasceu em Casa Branca (SP), em 8 de novembro de 1941. Estudou Agronomia na Esalq e desenvolveu uma sólida carreira acadêmica, obtendo títulos de doutorado, pós-doutorado e livre-docência. Nos anos 1970, Paschoal estudou nos Estados Unidos, onde obteve um doutorado em zoologia, especialização em ecologia e conservação de recursos naturais pela Ohio State University. Durante a estadia no país, ele estudou e viu a disseminação das técnicas da chamada Revolução Verde, da qual discordava.>
O professor foi membro do grupo pioneiro da agroecologia no Brasil, quando a "disciplina" ainda era chamada apenas de "agricultura alternativa", e um dos fundadores da Associação de Agricultura Orgânica (AA). O professor compartilhou, com entusiasmo, os conhecimentos da agrônoma austríaca Ana Maria Primavesi, responsável por uma revolução no entendimento da vida do solo.>
Em 1979, Paschoal publicou um artigo em que, pela primeira vez, definia a palavra agrotóxico para ser aplicada a herbicidas e praguicidas, conceito que seria expandido em seu livro do mesmo ano intitulado Pragas, praguicidas e a crise ambiental, obra de referência para os estudos da agroecologia.>