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Dia Nacional do reggae é celebrado no Parque da Cidade


 

A data foi instaurada na gestão da ex-presidenta Dilma e publicada em maio de 2012

  • Kalven Figueiredo

Publicado em 13/05/2018 às 21:31:00
Atualizado em 18/04/2023 às 09:57:06
. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

A ‘good vibe’ já era notada por volta das 11h, no caminho percorrido até o foyer do Parque da Cidade. Perto da entrada, vários artistas expunham suas obras à sombra das árvores e se balançavam ao som do reggae que não estava muito longe dali. Carlos da Ilha, 60 anos, se diz fã de reggae desde que era criança e não só aproveitou o espaço para vender seus produtos, como também foi curtir um pouco da festa. “O reggae na minha vida começou por influência dos meus pais e desde então nunca deixei de acompanhar”, declara. 

O artesão que transbordava alegria e garante nunca perder nenhum bom reggae realizado na capital, resolveu deixar suas produções aos cuidados de alguns amigos só para dar uma espiada nas atrações que já se apresentavam no palco.

No palco do foyer, Igor Salify e Jeremias Gomes agitavam o público que cantava junto os maiores e melhores hits do gênero musical. Na multidão Ras Carlos, 57, lembra que conheceu um pouco mais sobre o reggae na juventude.“Eu devia ter uns 20 anos quando ouvi pela primeira vez. Desde então me identifico muito não só com as pessoas que curtem um bom reggae, como também me apaixonei pelo ritmo”, relata.Walmir Bispo,67, foi até uniformizado. A camisa vermelha, amarela e verde não deixava passar em branco a identidade de seu grande ídolo. “Eu acompanho Edson Gomes desde os tempos do disco de vinil. Costumo dizer que sou regueiro desde que nasci, inclusive fui eu quem influenciou meu pai no gosto pelo reggae”, conta.

A programação do “Salvador Reggae Day” buscou agradar todas as gerações dos fãs que passaram por lá. “Ao  escolhermos a grade, nosso objetivo era ter artistas renomados na história do reggae e também trazer aqueles que estão começando.” explica Bruna Moitinho,35, Diretora da produtora da Gato Dourado para completar:“Nós buscamos representar nas atrações as três gerações do reggae: desde a primeira que começou com Edson Gomes, a segunda representada por Mosiah Roots e artistas que notamos que vêm despontando no mercado atual como Zabah Bush e Igor Salify.” Um dos maiores nomes do reggae nacional, o cantor Edson Gomes, foi representado no evento por seu filho Jeremias Gomes que subiu ao palco como convidado do novato da cena Igor Salify fazendo a abertura do evento. O show do Zabah Bush ainda contou com a participação especial de Renata Bastos e o encerramento ficou por conta da banda Mosiah Roots. O DJ Fayakayano também marcou presença e agitou o público entre os intervalos dos shows.

Mamães do Reggae

Nem o dia das mães afastou os apaixonados pelo reggae do parque, na verdade, muita gente aproveitou para curtir um reggae em família como foi o caso da balconista Aldenice Matos, 38 anos. Ela que sempre está pelo Parque da Cidade, arrastou o marido Diógenes da Silva, 27 e o filho Breno Walace Pacheco, de 6 anos. “Hoje eu vim curtir um reggae e aproveitar um pouco o meu dia”, conta.

Já a doméstica Lúcia de Fátima, 63, fugiu dos filhos para desfrutar do seu dia fazendo uma usual caminhada pelo parque. No entanto acabou descobrindo lá que seria realizado o Salvador Reggae Day e resolveu dar uma passadinha para curtir um pouco. Quando perguntada do paradeiro de seus filhos ela brincou: “Hoje eu fugi deles para aproveitar sozinha, afinal é o meu dia”, disse aos risos. Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO A técnica de enfermagem Noélia Maria dos Santos, 60, aproveitou o vale-reggae dado pela filha Naiana Santos Carvalho, 31, e foi curtir o dia da melhor forma que conhece: cantando e dançando um reggae sozinha. 

Dia Nacional do Reggae

Apesar da celebração ter sido realizada em função do Dia Nacional do Reggae, muitos dos presentes sequer sabiam da existência da data. Talvez isso se explique porque a data foi instituída recentemente no governo Dilma. Decretada e sancionada, a Lei 12.630 foi  assinada pela presidenta em exercício e publicada em maio de 2012. A data foi escolhida porque em 11 de maio de 1981, Bob Marley faleceu com 36 anos em um hospital de Miami, nos Estados Unidos.

A coordenadora do projeto, Bruna Moitinho, afirma ainda que além de manter viva a memória que esta data carrega, o evento tem como objetivo “mostrar os artistas que estão na cena atualmente, a força do reggae baiano e sua integração entre as gerações que fizeram e fazem o reggae”. A comemoração é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Salvador e a Produtora Gato Dourado.