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Know how local para combater um mal mundial, impulsiona negócios e salva vidas

  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 30/06/2021 às 22:30:00
Atualizado em 22/04/2023 às 10:00:08
. Crédito: Anderson Falcão/Divulgação

Quando criança, o tino para matemática fez com que o pai o colocasse no caixa da farmácia da família. Um dia, o pai o chamou para mostrar que faltava dinheiro e avisou que a diferença seria descontada do salário que ganhava. Chateado e disposto a não errar mais, além de mais atento, passou a incrementar a prática de oferecer retalhos de cartela de comprimidos diversos como uma forma de facilitar o troco. A saída não apenas o livrou das diferenças na registradora como impulsionou a venda das medicações.

Muito tempo se passou e, hoje, o empresário Loyola Neto, da Loygus e Salvar, usa sua inventividade e tino para os negócios para salvar sua empresa e a população da contaminação ambiental em locais fechados e climatizados. Do negócio com uniformes, bonés e vestimentas para eventos, ele se adaptou para a produção de máscaras, depois para filtros que são acoplados aos aparelhos de ar condicionado, garantindo proteção contra o coronavírus e outros germes e bactérias.  Loyola Neto fez questão de contar suas experiência como empreendedor na infância e como os valores familiares foram fundamentais para sua vida como empresário (Foto: Reprodução) A trajetória empresarial e o olhar para o empreendedorismo social foram alguns dos assuntos tratados com Flávia Paixão, durante o programa ao vivo Empregos e Soluções, nessa quarta-feira, 30 de junho, na página do Jornal Correio, no Instagram (@correio24horas). Durante a conversa, Loyola fez questão de explicitar como ajudar o próximo é rentável para qualquer empreendedor e pontuou como os conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social são fundamentais para quem quiser continuar no mercado pós pandemia.   

Salvar

Para o futuro próximo, Loyola pretende ampliar as atuações da startup Salvar que, além de produzir os filtros para ar condicionado, começa a comercializar para escolas, bancos, empresas diversas e realiza um estudo sobre a aplicação desses filtros no transporte público, tanto nos ônibus quanto no metrô.

“Cada filtro tem um custo médio de R$ 59,00 por aparelho e uma eficiência garantida por três meses”, esclarece. O projeto faz parte de uma parceria do empresário com o Senai/Cimatec, o apoio de produção e upcycling das empresas Loygus e Ecoloy, também comandadas por Loyola, e com o incentivo da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial - EMBRAPII e do Sebrae.

Loyola fez questão de salientar que o filtro – que é considerado um equipamento de proteção coletiva (EPC) para climatizadores,  é mais um aliado contra o coronavírus e outras infecções presentes em ambientes fechados e climatizados, conhecido como Síndrome do Prédio Doente. “Com os ambientes devidamente protegidos, não apenas salvamos vidas, mas também salvamos negócios que estavam sem poder manter atividades presenciais justamente pelas medidas sanitárias”, comemora o empresário.

Social 

Mais que uma tendência de mercado, Loyola Neto fez questão de ressaltar que a responsabilidade social foi um dos valores aprendidos em casa, com a mãe Gilka e o próprio pai. Foi essa preocupação e o tino para encontrar inovação nos negócios que fez com que, cinco anos após finalizar a sociedade e assumir sozinho a Loygus na confecção de vestuário para entretenimento e fardas, Loyola percebesse que a produção desperdiçava um percentual significativo de material após a confecção das camisetas. Loyola precisou se reinventar para conseguir contornar a queda de faturamento da Loygus em mais de 70% depois que o setor de entretenimento paralisou as atividades (Foto: Reprodução) Na tentativa de encontrar uma solução para o problema, o empresário buscou orientação no Sebrae e criou a startup Ecoloy, cujo objetivo era o aproveitamento do resíduo, do início até o final da cadeia produtiva. 

Enquanto buscava alternativas para manter o negócio vivo, mesmo tendo perdido mais de 70% do faturamento com a crise no setor de eventos advinda com a pandemia, o empresário produziu máscaras e jalecos médicos, que foram comercializadas e também doados por todo o estado da Bahia. Hoje, sua luta é continuar fortalecendo as ações da União Bahia, que reúne empresas e iniciativas como a Central Única de Favelas (Cufa), numa perspectiva de que os negócios sejam bons não apenas para ele como  para a sociedade como um todo.

Toda a conversa da consultora Flávia Paixão com Loyola Neto está disponível na página do Correio no Instagram (@correio24horas). Para saber sobre essas e outras iniciativas, não perca o Empregos e Soluções ao vivo, que é realizado todas as quartas-feiras, sempre às 18 horas.