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ParaPraia encerra temporada na Orla de Ondina nesse domingo (24)


 

Projeto promove banho de mar para deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida

  • Da Redação

Publicado em 23/02/2019 às 16:41:00
Atualizado em 19/04/2023 às 12:03:06
. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Aos 12 anos, o jovem Jackson Amorim deixou de andar. Foi diagnosticado com distrofia de Duchenne, uma doença genética que leva à degeneração progressiva dos músculos. Perdeu, na época, uma de suas grandes paixões: a praia. “Antes, ele era como um peixe. Não saía do mar. Depois, com a cadeira de rodas, foi ficando muito pesado levá-lo na praia”, conta a mãe de Jackson, a doméstica Elza Amorim, 55. 

Hoje, aos 23 anos, Jackson é um dos mais de 300 participantes do ParaPraia, projeto que promove banho de mar para deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. Neste sábado (23), ele foi à Praia de Ondina, que recebeu a edição de encerramento da sexta temporada do projeto. A despedida oficial ocorre no domingo (24), das 8h às 12h, depois de três finais de semana de encontros. 

“Eu já participo há três anos e é um projeto que não tem como não gostar. Me divirto muito”, contou Jackson, enquanto esperava sua vez no banho. O projeto conta com cadeiras anfíbias – que são deslocadas na areia de forma mais segura e que conseguem boiar na água. O banho de mar é promovido com ajuda de alunos e professores da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. O projeto conta com cadeiras anfíbias que boiam na água (Foto: Arisson Marinho) Dessa vez, o ParaPraia teve uma edição itinerante, devido às obras na Orla de Ondina, que é a praia oficial do projeto. Ao longo do mês, o projeto passou por Itapuã, Arembepe e Boa Viagem. Após a requalificação, concluída pela prefeitura este mês, a praia de Ondina foi escolhida para receber o encerramento da temporada. Ao todo, mais de 300 pessoas participaram da ação. “O projeto ganhou mais maturidade. Hoje, cresceu tanto que precisa ser ampliado, em termos de estrutura. E ela é complexa, porque atendemos até pessoas com ventilação mecânica”, explicou o coordenador do projeto, Renato Linhares. Coordenadora do grupo de voluntários, Luciana Oliveira explica que, embora o projeto atenda a todos que chegarem, empresas de home care chegam a contatá-los com antecedência, para levar pacientes que precisem de atendimento mais específico. “Uma pessoa com ventilação mecânica, por exemplo, emerge (na água) até uma altura possível. Conversamos sobre os limites e as potencialidades de cada um”. 

A médica Luciana Pitta, 49, acompanha o marido, Jorge Bezerra, 64, desde a primeira edição. Há nove anos, ele teve traumatismo cranioencefálico. “Antes do ParaPraia, era muito mais difícil trazê-lo. Quando chega aqui, ele fica logo animado”, disse ela.