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Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2017 às 06:05
- Atualizado há um ano
O estado da Bahia apresenta um enorme potencial de geração de eletricidade pelo uso da energia eólica. A utilização dos ventos com essa finalidade permite diversificação da matriz energética brasileira e, ao mesmo tempo, contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa.Um aerogerador, equipamento utilizado para converter a energia dos ventos em eletricidade, é composto basicamente de três partes principais: a torre, as pás, que formam o rotor, e a nacele.A logística é, sem dúvida, um fator importante para a indústria de aerogeradores, considerando que os equipamentos têm dimensões elevadas e que precisam ser deslocados da fábrica até os parques de geração. É sabido também que um fator chave para o desenvolvimento dessa indústria é a disponibilidade de uma rede de transmissão que permita a conexão da geração à distribuição de energia. Apesar de ser uma indústria com tecnologia já consolidada, ainda há espaço para avanços tecnológicos e a pesquisa e desenvolvimento demandam recursos humanos capacitados para a absorção e aprimoramento da tecnologia. Finalmente, essa indústria é capaz de gerar emprego, o que é objetivo fundamental de qualquer economia e, dessa forma, necessita de profissionais competentes para todas as fases da cadeia de produção.Já contamos com a fabricação de alguns componentes e com a montagem do aerogerador em solo baiano. No entanto, de acordo com dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), está no Sudeste e Sul do país a fabricação de boa parte dos subcomponentes.Do ponto de vista de administração da produção, evidentemente a montagem deve ser posicionada próxima dos parques eólicos, considerando a questão da facilidade logística. Se, do ponto de vista de administração da produção, essa divisão do trabalho entre regiões parece ser adequada, o que podemos discutir em uma perspectiva de estratégia econômica é a identificação de oportunidades de verticalização, redução de custos de transação, desenvolvimento de recursos humanos e de capacidades que possam otimizar a cadeia de produção da indústria eólica, considerando as vantagens competitivas que a Bahia pode desenvolver, além do fato de dispor de ventos com características adequadas.Isso significa que se de um lado a Bahia deve agir de forma articulada com outros estados para o desenvolvimento de linhas de transmissão, realização de leilões de energia pela Aneel e uso adequado de políticas de incentivo e de financiamento, por outro lado, o estado deve aprimorar suas competências e identificar formas de atrair mais empresas da cadeia de produção dos aerogeradores (os fabricantes dos subcomponentes), que desejem vir para a Bahia.Desenvolver essas competências significa discutir com empresários do setor e manter canal de comunicação continuamente aberto, melhorar a infraestrutura logística do estado, apoiar a capacitação de recursos humanos para todas as fases da cadeia de produção, agir politicamente para manutenção de adequados incentivos federais no estado e fomentar os mecanismos que propiciem o desenvolvimento de fontes de financiamento.* Antonio Francisco de A. da Silva Jr. é professor de Estratégia Econômica das Empresas na Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba).