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Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2019 às 09:13
- Atualizado há um ano
Em 10 de setembro se comemorou o Dia Mundial Prevenção ao Suicídio. Este é, portanto, o mês de valorização da vida e de reafirmação da vontade viver, temas enfatizados pela campanha Setembro Amarelo, uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria. Mais do que um flagelo crescente, o ato de tirar a própria vida é, atualmente, um caso de saúde pública e como tal deve ser tratado.
Dados do Conselho Federal de Medina (CFM) mostram que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio em algum local do mundo, que a cada três segundos outra atenta contra a própria vida e também que o suicídio tem impacto em pelo menos outras seis pessoas, levando dor e luto à família.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje o mundo assiste, impotente e perplexo, a 800 mil suicídios por ano, número que pode aumentar, em pouco tempo, para 1,5 milhão se nada for feito para reverter a tendência atual. O Brasil não está imune a este morticínio deliberado. Segundo a mesma OMS, em apenas 12 anos (de 2000 a 2012) houve um aumento de 10,4% na quantidade de brasileiros que tiraram a própria vida.
Um dado chamou a atenção neste período: a quantidade de mulheres suicidas (17,8%) superou a de homens (8,2%). Para piorar o cenário, se já é maior entre os idosos, a taxa de suicídios vem aumentando também entre os jovens, tendo crescido 10% desde 2002 entre aqueles que têm de 15 a 29 anos.
O ato de acabar com a vida pelas próprias mãos ceifa pessoas de toda as classes sociais, mas ocorre com maior frequência nas regiões de baixa renda, através da ingestão de medicamentos e pesticidas como famigerado “chumbinho”, enforcamento e armas de fogo (mais comum entre os homens).
Muita gente se pergunta o que leva uma pessoa a atentar contra a própria vida. Para responder a questão tão delicada, é preciso encarar a realidade com compaixão e solidariedade. Entre as causas mais comuns do suicídio estão distúrbio mental grave, depressão, abuso do álcool e drogas, esquizofrenia, transtorno bipolar, sem contar com abalos emocionais provocados por crise financeira, amorosa, doença ou situações de perda, discriminação racial e sexual, inclusive o bulliyng.
Em meio a este inverno de desesperança, uma luz se abre como uma primavera para vida: o fato de que nove em cada dez suicídios podem ser evitados, já que muitos atentados contra a própria vida são decididos por impulso e, uma vez controlado este gesto intempestivo, podem não se repetir. A prevenção inclui do tratamento médico-psiquiátrico adequado a uma boa conversa. Para muitos especialistas, existem indícios de que uma pessoa está propensa ou mesmo à beira de cometer suicídio, como, por exemplo, conversar sobre sentimentos de culpa, falta de esperança, baixa autoestima e outros problemas morais e espirituais. Daí a necessidade de sempre permanecer atento a este indícios e jamais deixar de acreditar que, uma vez expressa a vontade de se matar, o ato não vá se concretizar pouco mais à frente.
Desde 1º de setembro, o Centro de Valorização da Vida mantém, em todo território nacional, o número 188 à disposição de quem - no momento em que pensa tirar própria vida - precisa conversar com alguém, desabafar, ouvir uma palavra de estímulo, receber um gesto de carinho, atos que, na hora agá, podem representar a salvação Para todos essas pessoas, nunca é demais repetir que a vida é o bem mais precioso.
Salve o Setembro Amarelo, primavera para a vida!
David Rios é médico e deputado estadual pelo PSDB
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores