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Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2020 às 11:00
- Atualizado há um ano
Suicídio é tema complexo, que para ser avaliado propriamente em toda sua abrangência envolve conhecimentos em várias vertentes: social, econômica, filosófica, médica, cultural e religiosa. Certamente esqueci de citar alguma! É tema que faz parte do cotidiano dos profissionais de saúde, principalmente daqueles que cuidam da saúde mental. O suicídio tem aparecido com uma frequência muito maior para quem cuida da saúde mental de crianças e, principalmente, de adolescentes. Uma busca por dados objetivos coloca o suicídio, no Brasil, como a terceira causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos. Aqui falamos sem considerar a subnotificação.
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Venho abordar também outros aspectos que fazem parte do tema: a ideação suicida e as lesões autoprovocadas. Essas sim muito mais comuns em jovens. Eles estão cada vez mais considerando o suicídio como solução para aplacar o sofrimento. Diferente de uma parcela de adultos, que pode planejar e executar o suicídio sem deixar pistas, os mais jovens dão sinais de que algo não está bem. Vamos observar nossos jovens! Observemos o sono, o apetite, os interesses ou o desinteresse por atividades antes prazerosas. Vamos saber sobre os planos, sonhos, receios, angústias. Saber o que ocorre nas redes sociais que utilizam.
As lesões autoprovocadas, que costumam ficar escondidas debaixo de blusões e calças largas, podem se tornar tema bem-vindo ao debate nas escolas. Não menos importante é o papel da família. Dar apoio ao adolescente, buscar apoio, se necessário profissional, é o caminho a ser seguido. Vamos mostrar que nos importamos, que estamos perto e que não temos preconceito diante do sofrimento mental. Iniciativas óbvias, não? Não custa lembrar. Já seria um bom começo.*É psiquiatra, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e referência em psiquiatria infantil no estado.