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Gilberto Barbosa
Publicado em 20 de julho de 2024 às 06:20
Uma pane causada pela falha operacional de uma ferramenta da empresa CrowdStrike durante a atualização dos sistemas de segurança do Windows interrompeu as atividades de diversos setores na manhã dessa sexta-feira (19). O incidente provocou problemas em diversos países como os Estados Unidos, Austrália, Coreia, Inglaterra e, com menor força, no Brasil. >
Para André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o caso expõe a grande dependência que a sociedade tem de sistemas de informática cujas falhas só chegam ao conhecimento público em momentos de crise. >
“Esses sistemas ficam invisíveis até o momento que quebram e percebemos o quanto somos dependentes desses objetos, que não são individuais e estão integrados em todas as coisas", afirma. "Vimos diversos serviços parando ao redor do mundo afetando até pessoas que não tenham contato com computadores”, completa. >
Lemos explica ainda que esses problemas podem gerar colapso nas sociedades, pois os objetos eletrônicos estão cada vez mais integrados e se comunicando de maneira independente. >
Ele enfatiza a importância de refletir sobre o fluxo dos dados individuais e pensar na criação de sistemas mais resistentes a ataques. “Esse problema é inevitável, mas a melhoria disso vem em sistemas mais resilientes que você não seja dependente de uma única empresa que foi criada para evitar o mesmo problema que ela gerou. Há também uma gestão geopolítica, já que muitos softwares não são adotados por terem origens russa e chinesa, causando um medo de espionagem nos países ocidentais”. >
Ainda segundo o professor. os locais afetados pela falha do software, como hospitais e aeroportos, podem ser considerados espaços códigos, cujo funcionamento seria bastante comprometido em casos de problemas com os sistemas computacionais. >
“A nossa sociedade sempre vai conviver com isso, mas é importante pensar em meios de proteger e diminuir essa dependência”, conclui o professor da Ufba.>
*Com orientação da editora Mariana Rios>