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Thais Borges
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 10:49
Para evitar a fuga de cérebros e fomentar a pesquisa no Brasil, o novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Olival Freire Júnior., anunciou um programa com bolsas de R$13 mil com o objetivo de fixar pesquisadores no país. >
De acordo com o órgão, a iniciativa é válida para doutores em todas as áreas do conhecimento, com formação realizada dentro ou fora do Brasil. Eles poderão dar continuidade às suas pesquisas em universidades e empresas brasileiras. Freire Júnior é baiano, professor do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e foi anunciado como novo presidente do CNPq no último dia 5.>
Trata-se do Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Brasil (Profix-CB), uma parceria entre CNPq, Capes e fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs). Ao todo, serão investidos R$ 624 milhões, que o governo calcula ser suficiente para financiar aproximadamente 1.000 bolsas com duração de 48 meses. >
Os recursos serão aportados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), cujo Conselho Diretor é presidido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os auxílios vão fazer parte do programa Conhecimento Brasil, uma das frentes estratégicas do FNDCT. Além disso, o valor é igual ao das bolsas oferecidas pela chamada de repatriação de pesquisadores lançada em 2024.>
Ainda segundo o CNPq, entre os principais objetivos do programa, estão ampliar as ações para a fixação e o apoio, no país, a pesquisadores com doutorado, com foco no combate às assimetrias regionais do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, com prioridade à região da Amazônia Legal; criar condições favoráveis para que doutores possam prosseguir suas atividades de pesquisa no país; e contribuir para a retenção de doutores em instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICTs) e empresas.>
"Trata-se da maior ação realizada nos últimos anos voltada à fixação de pesquisadores no país, certamente resultante da luta da comunidade científica por mais oportunidades de inserção de nossos doutores em universidades e empresas brasileiras", destacou Olival Freire Jr.>
Os processos seletivos para as bolsas de todos os âmbitos do Conhecimento Brasil serão realizados pelas fundações estaduais. Essas, por sua vez, devem manifestar interesse em até fevereiro do ano que vem, por meio de chamamento público que deve ser lançado nas próximas semanas. O CNPq estima que as fundações poderão começar a realizar chamadas nos estados a partir de março.>
“Essa parceria demonstra que a capilaridade das FAPs possibilita que a ciência esteja em todos os lugares, para todas as pessoas, de forma mais célere, atingindo objetivos e resultados de que o Brasil precisa. Ela reflete o trabalho das FAPs com o Governo Federal”, disse o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Márcio de Araújo Pereira.>
Caberá às FAPs a concessão de auxílios à pesquisa (custeio e/ou capital) em valores a serem pactuados com as agências federais por bolsa concedida, a título de contrapartida. Está prevista ainda a concessão de bolsas de mestrado e/ou doutorado da Capes aos selecionados que se credenciem em programas de pós-graduação nas instituições executoras dos projetos de pesquisa.>
“Essa iniciativa vai ao encontro da política do atual governo de enfrentar as assimetrias entre e dentro das regiões e valorizar a ciência produzida no país, principalmente na Amazônia. Além de fixar cientistas no Brasil, fortalece a pesquisa nacional na busca de melhorias da qualidade de vida da população com o olhar para a sustentabilidade, diversidade e inclusão”, afirmou a presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho.>