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'Chespirito', no Max, não consegue explicar o mistério do absurdo sucesso de Chaves

Série baseada na vida do criador de Chaves mostra bastidores e intrigas de um dos maiores fenômenos de audiência no Brasil

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 21 de junho de 2025 às 07:18

CChespirito
Chespirito Crédito: divulgação

Há determinados sucessos de público que se tornam fenômenos difíceis de serem explicados. E Chaves é um desses mistérios que jamais saberemos explicar por que se tornou um clássico, incrivelmente cultuado no Brasil, principalmente por pessoas que hoje têm entre 40 e 50 anos de idade e cresceram acompanhando o sucesso da primeira exibição do programa no SBT, nos anos 1980.

O culto está espalhando no mundo digital: nas redes sociais, sobram memes e vídeos no YouTube dedicados aos programas criados pelo mexicano Roberto Gómez Bolaños. E basta que Chaves ou Chapolin saiam da programação, que logo os fãs se rebelam contra a emissora fundada por Silvio Santos.

Agora, finalmente, os admiradores dos personagens mexicanos podem conhecer os bastidores da criação de Chaves, Chapolin e de como foram concebidos coadjuvantes como Quico e Seu Madruga: está no streaming Max a série Chespirito - Sem Querer Querendo, que acompanha Bolaños desde sua infância e vai até o ápice do sucesso de sua criação.

O público pode conhecer também o período em que Bolaños, ainda jovem, trabalhava em uma fábrica, mas não era feliz e tomou a difícil decisão de largar tudo em nome de sua paixão por escrever, ainda que a contragosto da mãe, que diz a ele: “A arte pode matar. Concentre-se no seu trabalho”.

Mas não espere que Chespirito - Sem Querer Querendo tenha a graça de Chaves ou Chapolin: a série da Max tem poucos momentos engraçados, pelo menos até o terceiro episódio, que foi disponibilizado até agora. Ao contrário, a produção do Max é um drama, que, assim como Chaves, tem uns toques de melodrama.

Roberto Gómez Bolaños - que recebeu o apelido Chespirito - era na juventude, conforme a série mostra, um simples operário de fábrica inconformado com aquele trabalho até se tornar redator publicitário. Da publicidade, foi migrando aos poucos para roteiros cômicos.

Mas nem sempre trabalhou com aquele humor ingênuo que caracteriza Chaves e Chapolin: durante um tempo, foi pressionado por uma rede de TV a manter o programa Los Supergenios da Mesa Cuadrada, que tinha um estilo bem sarcástico, conforme a nova série mostra. “O que ganhamos falando mal dos outros?”, pergunta Bolaños quando insistem para que ele mantenha a fórmula do programa. Claramente, o ator e roteirista não estava satisfeito com os rumos que a sua carreira tomava e já dava sinais de que sua onda era mesmo fazer algo para toda a família, em que avôs e netos pudessem rir da mesma piada.

Os fãs vão se divertir ao descobrir como surgiram alguns dos bordões criados por Bolaños. É claro que, como se trata de uma ficção apenas “baseada” em fatos reais, talvez nem tudo ali seja verdade. Mas é divertido imaginar que o famoso “foi sem querendo”, incorporado por Chaves, foi dito espontaneamente por Bolaños quando ele foi convidado para participar de um número circense e cometeu uma gafe enquanto se exibia. A frase surge para pedir desculpas à plateia.

Há ainda outro presente para os aficionados pelas criações de Bolaños: alguns capítulos de Sem Querer Querendo são passados no hotel de Acapulco, em que foram gravados episódios clássicos, provavelmente os favoritos dos fãs.

Mas, se por um lado a nova série não se propõe a ser cômica, por outro ela tem um charme parecido com o Chaves original: é simples, despretensiosa e entretém. Mas, provavelmente, não será capaz de responder ao mistério de que falamos no início deste texto: como uma comédia que repete sempre as mesmas piadas, tão previsíveis, consegue ser idolatrada por tanto tempo?

Um São João diferente: depois de ver a série, vá à exposição

Quer curtir um São João diferente e fazer uma imersão no mundo de Chaves? Então, além de maratonar os três episódios já disponíveis da série Chespirito, vá correndo ao Salvador Shopping visitar Chaves - A Exposição. Tem feito tanto sucesso, que foi prorrogada até 3 de agosto. Este colunista - que nem tão fã assim do universo criado por Bolaños - esteve lá e garante: é muito divertida, especialmente pelo nível de verossimilhança dos cenários, que fazem você se sentir dentro da série.

Não há como não se emocionar ao conhecer cenários clássicos, a começar, claro, pela Vila, onde você tem direito até a tirar uma foto no barril do Chaves. Tem também a barbearia do Seu Madruga e a casa dele, onde até o desgaste do forro do sofá é notado. E a temida casa da Bruxa do 71 é escura e tenebrosa, exatamente como as crianças da série imaginavam. Para completar, tem alguns acessórios originais, que foram usados nas gravações, além de folhas do roteiro escrito por Bolaños. Conclusão: não é só para crianças, mas, principalmente, para quem quer voltar a ser criança.