Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Quem é o atleta olímpico que criou uma escola de hipismo na Bahia

André Giovanini foi campeão por equipes no Pan-americano de 1995 e ainda levou o bronze individual; ele é um dos fundadores da ABH

  • Foto do(a) author(a) Thais Borges
  • Thais Borges

Publicado em 11 de outubro de 2025 às 05:00

André Giovanini (à direita)  foi campeão pan-americano por equipes em 1996
André Giovanini (à direita) foi campeão pan-americano por equipes em 1996 Crédito: Divulgação

Em uma área de 32 mil m² de natureza, em Lauro de Freitas, com 26 cavalos, cerca de 250 alunos praticam hipismo - seja de forma amadora, por saúde e lazer, ou como esporte para competir. O que nem todo mundo sabe é que, por trás da Academia Baiana de Hipismo (ABH), está um dos maiores nomes do esporte no país.

Campeão pan-americano em 1995 e integrante da seleção olímpica em 1996, sempre competindo no Concurso Completo de Equitação (CCE), o paulista André Giovanini é radicado na Bahia há duas décadas e fundou o espaço para promover o esporte no estado. Da ABH, que fica dentro do Equus Clube do Cavalo, em Vilas do Atlântico, já saíram atletas que participaram de competições nacionais e sul-americanas.

André Giovanini é atleta olímpico e fundou a Academia Baiana de Hipismo por Divulgação

Neste sábado (11) e neste domingo (12), a academia promove um evento aberto ao público - o ranking anual. Com entrada gratuita, qualquer pessoa pode entrar e assistir às provas. Em comemoração ao Dia das Crianças, haverá também brinquedos para as crianças.

“A ideia de montar a academia foi para fazer a continuação e a renovação do esporte, porque, como em todos os esportes, um bocado de gente começa e para. As pessoas se interessam por vários motivos, mas mudam de cidade, entram na faculdade e não têm mais tempo… É a rotatividade do esporte. Mas a escola descobre novos talentos. Como uma escolinha de futebol, a gente começou a Academia Baiana de Hipismo em busca de novos talentos”.

Há desde aulas lúdicas para crianças com idades a partir de 2 anos até aulas para alunos que querem competir nacionalmente, mas também pessoas que já montam e querem aprender técnicas para ter mais segurança.

André é um dos fundadores, mas, ao todo, seis professores especializados ministram aulas. Todos são atletas também. Para ele, quem busca a ABH chega lá em busca da experiência dos criadores e do esporte, que tem conexão com a natureza e costuma agregar famílias.

“A gente trabalha com cavalo, que é um animal especial, com adrenalina, e conta com a experiência de um atleta olímpico que conduz e direciona os trabalhos dos alunos e professores”.

A Academia Baiana de Hipismo (ABH) fica em Vilas do Atlântico por Divulgação

Acessível

Nascido em Limeira, cidade no interior do estado de São Paulo, André chegou à Bahia em 2004, após receber um convite para trabalhar numa hípica chamada Jaguar. Cinco anos depois, o estabelecimento foi extinto, mas ele decidiu continuar por aqui e fundar a ABH em 2010.

Queria fazer mais pelo esporte que, para ele, começou ainda criança, aos 10 anos de idade. “Começou como uma brincadeira de montar a cavalo, mas virou esporte”, diz ele, que, aos 14, já competia. Aos 18, já era campeão brasileiro de hipismo - e decidiu, ali, se profissionalizar. Vieram, em seguida, os Jogos Pan-Americanos de 1995, quando conquistou a medalha de ouro por equipes e o bronze no individual. No ano seguinte, se tornou atleta olímpico, ao participar do Concurso Completo de Equitação nas Olimpíadas de Atlanta, nos Estados Unidos.

“A nossa base equestre é muito boa e, hoje, a gente tem ajuda dos cavalos brasileiros de hipismo, que é uma raça desenvolvida aqui no Brasil há mais de 40 anos e que ajuda o desenvolvimento do esporte como um todo”. Antes dos cavalos brasileiros de hipismo, não havia cavalos especificamente designados para salto no país. Havia quem usasse o puro sangue inglês, ainda que fosse um animal desenvolvido para corrida, ou traziam-se cavalos da Europa.

Quando voltou da Olimpíada, André passou a morar em Belo Horizonte, onde trabalhou com projetos de hipismo até ser chamado para vir para a Bahia.

Ao longo de 15 anos na AHB, ele viu o esporte crescer após a pandemia da covid-19. Desde então, o número de alunos aumentou 80% na escola e, na avaliação dele, foi porque muita gente busca uma atividade física ao ar livre.

“Mas as pessoas ainda têm receio. Acham que o esporte é caro, mas é um esporte acessível para praticar na escola”, explica. “A pessoa não precisa levar o esporte como quem vai só participar de campeonato. Muitas pessoas vêm aqui e montam por diversão. Assim como alguém vai à academia ou ao pilates, a pessoa vai para o hipismo”, explica ele, citando benefícios da equitação como a melhora do equilíbrio e coordenação motora, fortalecimento muscular e aumento da autoestima.

A aula experimental é gratuita e há pacotes familiares e semestrais. Aulas avulsas, que duram 60 minutos, podem custar de R$ 150 a R$ 240, dependendo do nível e da idade.

Segundo André, um dos objetivos da AHB é desmitificar o hipismo. “A falta de conhecimento das pessoas é um problema que a gente sente. As pessoas têm vontade, mas têm medo e acabam perdendo uma oportunidade de fazer um esporte que é maravilhoso, que a Bahia oferece e está do lado de sua casa”.