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Gilberto Barbosa
Publicado em 11 de julho de 2025 às 06:00
‘Já chupou xibiu?’. A música da banda Frutos Tropicais brincava com uma bala que fazia sucesso entre os baianos na década de 80. Dessa vez, o ‘xibiu’ é um bolinho, que não é doce e pode ser recheado com camarão, carne seca e outros sabores. O sabor apimentado torna ele inconfundível: é o ’Xibiu de Mainha", produzido por Maria Eunice, a Mainha, 65, junto com sua filha Priscila Monique, 33. >
O salgado é vendido na área em frente ao antigo Bahia Café Hall, na Avenida Paralela. O ponto de venda funciona nos finais de semana, das 9h às 14h. A unidade custa R$ 2,50 enquanto a porção com 12 peças é vendida a R$ 29,90. Outra opção são os kits com 25 e 35 itens (R$ 59,90 e R$ 87,90, respectivamente). Elas também produzem o bolinho para aniversários, festas e outras celebrações, através de encomendas que podem ser feitas pelo Instagram através do perfil (@xibiudemainha). >
A receita completa é mantida em segredo por Maria Eunice. O ‘xibiu’ tradicional é feito com massa de farinha de trigo e recheado com vinagrete e camarão. Também é possível encontrar os sabores de carne seca com ricota, bacalhau, camarão fresco, queijo, siri, frango e uma opção vegetariana feita com beterraba. A base das massas varia entre o trigo, aipim e batata-doce. >
O nome tem origem no formato do ‘xibiu’, que rendia brincadeiras nas festas da família. O ‘de mainha’ foi adicionado por Priscila, para lembrar quem era a dona do negócio. “As pessoas já chegam sorrindo, querendo conhecer e já perguntam o porquê do nome. Nisso, os clientes já criam uma intimidade com minha mãe e começam a chamar de mainha. Isso quebra a formalidade no atendimento e nos aproxima das pessoas”, disse Priscila.>
“Às vezes a pessoa está curiosa, mas um pouco mais tímida e eu chamo elas para perto. Eu já ganhei tantos filhos com o negócio que até perdi a conta”, brincou Maria. >
O ‘Xibiu de Mainha’ foi lançado em 2018, na feira Rua Livre, realizada no Santo Antônio Além do Carmo. Maria Eunice conta que produzia os bolinhos apenas para as confraternizações com a família e os amigos. O sucesso dos salgados lhe motivou a apresentar a iguaria para o público. >
“Foi uma aceitação muito boa das pessoas. Todo mundo que passava, adorava o nome, o sabor, a história e adorava nós duas. Depois disso, passamos a apresentar o produto em outras feiras itinerantes pela cidade”, lembra Priscila. >
A pandemia da covid-19 representou um ponto de ruptura no negócio. A falta de uma loja física, aliada às dificuldades de locomoção na casa onde moravam, na Federação, impossibilitaram a montagem de uma estrutura de delivery que impulsionasse o as vendas. >
“Quando a pandemia acabou, nós voltamos a vender nas feirinhas que ainda existiam, mas o movimento não era o mesmo. Além disso, nos mudamos para Lauro de Freitas, o que afastou alguns clientes que estavam acostumados a nos encontrar no Santo Antônio”, explica Priscila. >
No último mês, elas se mudaram para uma casa no bairro de Itapuã. No local, pretendem montar uma estrutura que proporcione realizar entregas para a região e, além disso, aumente as vendas. Para isso, o segundo andar do imóvel será dedicado a produção dos bolinhos. Maria Eunice vendeu a maior parte das máquinas de costura com que trabalhava para se dedicar de forma integral ao negócio. >
“A gente ainda precisa de um capital para poder investir no maquinário e aumentar a produção. Além disso, precisamos encontrar uma outra pessoa que se encaixe com a nossa proposta para nos ajudar no Bahia Café Hall”, contou Priscila. >
Além de ajudar a mãe nas vendas, Priscila cuida das redes sociais e administra da empresa. Ela participou de programas de aceleração visando estimular o crescimento do negócio. >
“Eu nunca tinha me imaginado no empreendedorismo e essa parceria com minha mãe me fez olhar para essa área. Eu vejo muito potencial no nosso produto e acho que é só questão de tempo para fazermos a empresa rodar com mais força e fazermos mais entregas”, finalizou. >
“No futuro, eu espero montar meu pontinho físico para vender o ‘xibiu’ enquanto tomo uma cervejinha com os clientes”, completou Maria. >